Muitas vezes a questão não é gastar menos, mas gastar melhor. A gestão eficaz da manutenção é um dos pilares fundamentais para reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência nas organizações. Alcançar esse objetivo passa por equilibrar adequadamente manutenção preventiva e corretiva, classificando os ativos com base em critérios estratégicos e alinhando-se às melhores práticas da ISO 55001. Este artigo explora como essas iniciativas podem impactar positivamente a performance organizacional.
O Equilíbrio Entre Preventiva e Corretiva
Nem tanto ao céu, nem tanto a terra. Algo ali pelo meio do caminho… Todo mundo sabe, ou pelo menos deveria saber, que manutenção preventiva é aquela atividade realizada antes que as falhas ocorram, Programada (com base em intervalos de tempo) ou condição preestabelecida (preditiva). Já a manutenção corretiva, embora tradicionalmente associada a paradas inesperadas, também pode ser planejada, permitindo que os recursos sejam alocados de maneira eficiente. O desafio é encontrar o ponto de equilíbrio entre essas modalidades.
Um programa de manutenção preventiva carregado, excessivo, pode levar a custos desnecessários com substituições precoces e intervenções dispensáveis. Por outro lado, confiar apenas na corretiva pode resultar em interrupções dispendiosas e comprometer a confiabilidade dos equipamentos. Um plano eficaz combina as vantagens de ambas, utilizando dados históricos, análises de risco e ferramentas preditivas para maximizar os resultados.
A Importância da Classificação de Ativos
A classificação dos ativos é um elemento crucial para priorizar recursos e aumentar a eficiência das operações. Essa abordagem permite concentrar esforços nos equipamentos mais críticos e direcionar atividades de manutenção conforme os impactos potenciais de falhas. No mercado a gente encontra classificações as mais variadas, indo de duas a até sete níveis. Aqui vamos simplificar e usar 3 níveis para facilitar a apresentação conceitual que nos interessa.
Critérios de Classificação
Os ativos podem ser categorizados classes A, B e C, com base em:
1. Segurança do Trabalho: Equipamentos que impactam diretamente a integridade física dos trabalhadores devem ser priorizados.
2. Meio Ambiente: Equipamentos cujo mau funcionamento pode causar danos ambientais significativos.
3. Qualidade: Ativos que influenciam diretamente na qualidade do produto ou serviço entregue.
4. Custo de Reposição: Itens com alto valor de substituição demandam atenção especial para evitar falhas prematuras.
5. Tempo de Retorno à Operação: Equipamentos que requerem um tempo prolongado para serem reparados após falhas.
6. Branding: Ativos cujo desempenho afeta a reputação da empresa junto ao mercado.
Classes de Ativos
• Classe A: Equipamentos estratégicos, com alto impacto na produção, segurança e meio ambiente. Demandam monitoramento constante e manutenção preditiva frequente.
• Classe B: Equipamentos de apoio, que não estão diretamente ligados à produção, mas têm relevância para a qualidade e segurança do trabalho.
• Classe C: Ativos não prioritários, cuja manutenção pode ser realizada com menor frequência, desde que acompanhados por inspeções periódicas.
Fluxos para Gestão Eficiente
Numa receita de bolo, a coisa fica ssim:
Fluxo 1: Planejamento de Manutenção Preventiva
1. Identificação dos ativos críticos.
2. Definição de intervalos de manutenção baseados em dados históricos.
3. Alocação de recursos (peças e mão de obra).
4. Execução conforme cronograma.
5. Monitoramento de resultados e ajustes periódicos.
Fluxo 2: Planejamento de Manutenção Corretiva Planejada
1. Detecção de falhas iminentes por meio de monitoramento.
2. Avaliação de impacto e priorização.
3. Planejamento de recursos e aquisição de peças.
4. Execução da intervenção em período programado.
5. Revisão e atualização dos planos de manutenção.
Fluxo 3: Classificação e Priorização de Ativos
1. Levantamento de dados dos ativos.
2. Análise de criticidade com base nos critérios definidos.
3. Categorização em Classes A, B e C.
4. Definição de estratégias de manutenção específicas para cada classe.
5. Monitoramento contínuo e reclassificação conforme necessário.
A Conexão com a ISO 55001
A ISO 55001, a norma internacional que se aplica á Gestão de Ativos no mundo todo, estabelece diretrizes para a gestão de ativos com o objetivo de maximizar o valor gerado por eles ao longo de seu ciclo de vida. Alinhar-se a essa norma implica em adotar uma visão estratégica que integra segurança, sustentabilidade e custo-benefício.
Benefícios da Abordagem
• Redução de Custos: Otimização de recursos e minimização de falhas inesperadas.
• Conformidade Regulatória: Atende às normas ambientais e de segurança.
• Melhoria da Confiabilidade: Garante que os ativos entreguem o desempenho esperado.
• Decisões Baseadas em Dados: Utiliza indicadores como MTBF (Tempo Médio Entre Falhas) e TMEF (Tempo Médio Entre Falhas).
Planejamento de Corretivas
Planejar manutenções corretivas significa realizar intervenções estruturadas, com os recursos necessários previamente organizados. Isso permite:
• Reduzir o Tempo de Parada: Minimização do impacto nas operações.
• Aumentar a Eficiência: Uso otimizado de mão de obra e materiais.
• Melhorar o Planejamento de Custos: Controle mais preciso sobre despesas com peças e serviços.
Monitoramento e Análise Contínua
Implementar sistemas de monitoramento contínuo e realizar análises periódicas são práticas que garantem a eficácia das estratégias de manutenção. A adoção de fluxos claros e bem definidos, como os apresentados, é essencial para que a manutenção contribua efetivamente para a redução de custos operacionais.
E CUSTO? Onde está o que a chamado do artigo propõe?
Em cada linha do que escrevi.
Ao somar todos os custos de operação/produção, os insumos básicos vão aparecer quase sempre como fixos. A Manutenção é variável. E nela podemos trabalhar. Basta dar a devida atenção.
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