Alguns óleos lubrificantes sintéticos para engrenagens utilizam, em sua formulação, PAO ( polialfaolefina ) como óleo básico. PAO ( polialfaolefina ) é uma versão aprimorada dos óleos refinados de base mineral em que os tamanhos das moléculas de hidrocarbonetos são de formas e dimensões bastante regulares e apresentam elevado grau de saturação, o que faz com que estes produtos tenham elevado grau de estabilidade térmica e química.
Em função da regularidade da composição molecular e de sua maior estabilidade térmica e química os lubrificantes sintéticos para engrenagens apresentam as seguintes vantagens em relação dos produtos similares de base mineral:
1. Melhores níveis de estabilidade hidrolítica e demulsibilidade.
2. Maiores Índice de Viscosidade ( IV ).
3. Menores Ponto de Fluidez ( PF ).
Em função de possuírem maior Índice de Viscosidade e Ponto de Fluidez mais baixo, os óleos lubrificantes sintéticos para engrenagens podem operar em faixas de temperatura mais amplas que os similares de base mineral.
Como desvantagens dos óleos lubrificantes sintéticos para engrenagens em relação aos produtos de base mineral podemos citar os custos e a questão da solubilidade de aditivos. PAOs ( polialfaolefinas ) apresentam baixa solubilidade, o que significa que elas não dissolvem os aditivos tão prontamente como seus similares de base mineral. Óleos lubrificantes sintéticos para engrenagens à base de PAOs ( polialfaolefinas ) podem ter, também, certa dificuldade em manter em suspensão subprodutos da termo-oxidação originadores de verniz.
Muitas vezes a decisão de se utilizar óleos lubrificantes sintéticos para uso em caixas de engrenagens é tomada sem se levar em consideração a relação custo – benefício. A elevação de gastos é algo a ser considerado com detida atenção e a decisão deve ser tomada focando-se o Estado Ótimo de Referência ( ORS em inglês ), que é a melhor condição em que certos elementos mecânicos em movimento relativo do ativo deverão operar sob condições específicas e ambientes de serviço. Muito importante, também, é considerar-se quão crítico é o equipamento para o processo produtivo.
Por exemplo, pode-se ter em planta industrial 02 bombas centrífugas hidráulicas idênticas com diferentes funções de níveis de criticidade para o processo produtivo. Uma das bombas centrífugas hidráulicas será monitorada mensalmente através de análise de vibrações, será equipada com filtro dessecante e de material particulado sólido abrasivo em respiradouro, dispositivo BS&W ( Bottom, Sediment and Water ) para inspeção visual de contaminantes do óleo lubrificante ( borra, material particulado sólido, água, verniz etc ) e válvula “minimess” para coleta adequada de amostras de óleo lubrificante. A outra bomba centrífuga hidráulica não receberá nenhum destes cuidados especiais. Por que isto ocorre desta maneira ? Por questão de custo. Se a bomba centrífuga hidráulica que opera em regime de maior criticidade para a produção falhar, haverá um maior impacto financeiro para a planta industrial em relação à paralisação da bomba centrífuga hidráulica de menor criticidade.
A metodologia citada, anteriormente, poderá ser utilizada ao se decidir se determinado redutor de velocidades deverá ou não utilizar óleo lubrificante sintético ou de base mineral. Caso o redutor de velocidades estiver operando em condições de serviço e ambiente que não sejam de extrema severidade e o impacto financeiro de uma falha imprevista não for significativa, talvez não se obtenha com o uso de óleo lubrificante sintético desempenho e ganhos muito mais elevados que justifiquem a elevação de custos em comparação com o uso de óleo lubrificante de base mineral.
Porém, se o ambiente de trabalho é hostil ao óleo lubrificante e ao maquinário, se as temperaturas de operação são extremamente altas ou baixas, se os intervalos de serviço necessitam ser estendidos e se o impacto financeiro da falha do redutor de velocidades na produção é elevado o suficiente de forma a justificar os custos mais altos, então a escolha deve recair sobre óleos lubrificantes sintéticos para engrenagens.
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