No meu trabalho de agente duplo, uma hora com pesquisador das melhores práticas de Gestão de Ativos e outras como consultor para empresas interessadas em aumentar seu desempenho em Manutenção e ou Gestão de Facilities, me deparo com as dúvidas sobre quais indicadores devem ser escolhidos para monitorar as atividades e assim dar suporte à tomada de decisão.
E que decisão se toma com base no que os indicadores nos estão mostrando? Muitas. Pode ser terceirizar um serviço ou processo, estocar itens, contratar mais gente, melhorar o layout, treinar pessoas, mudar de fornecedor de material, sucatear um equipamento e por aí vai.
Conheço mais de 200 tipos de indicadores, mas alguns são mais relevantes que outros. Meio óbvio.
Assim se dá na escolha do tipo de MTTR. Aqui faço uma observação. Porque a sigla em ingles? Porque assim fica mais fácil de fazer benchmarking com o que se encotra por aí nesse admirável planeta.
Bom, o fato é que há quem acredite que só existe um tipo de MTTR para se apurar, controlar e usar no dia a dia. Ledo engano. Neste texto vou dar um pouco de luz aos MTTR que são muito uteis e trazem diferenças bem interessantes entre si.
Vale lembrar que nessa familia de indicadores, tudo começa com a FALHA. O equipamento entrou em falha, começa a medição do bicho.
Vamos a eles:
Tipos de Indicadores MTTR na Gestão de Ativos e suas Aplicações
O conhecido TMPR (Tempo Médio para Reparao) do ingles MTTR (Mean Time to Repair) e suas variações são indicadores fundamentais para medir a eficiência da manutenção corretiva e otimizar a disponibilidade operacional dos ativos. Cada tipo ajuda a orientar decisões estratégicas, como definição de SLA (Service Level Agreement), dimensionamento de estoques de sobressalentes, automação e planejamento de equipes.
1. MTTR (Mean Time to Repair – Tempo Médio para Reparo)
- Onde Usar: Indústrias de processos mecânicos, elétricos e hidráulicos, como metalurgia, saneamento e automotiva.
- Decisão Associada: Avaliação de desempenho da equipe interna ou terceirizada, definição de prazos em contratos de manutenção e níveis de SLA.
- Gatilhos: Aumento de equipe, investimento em treinamento ou revisão dos procedimentos quando o tempo médio se eleva.
2. MTTRs (Mean Time to Restore – Tempo Médio para Restaurar)
- Onde Usar: Sistemas automatizados e processos contínuos (alimentos, bebidas, química, energia).
- Decisão Associada: Dimensionamento de sobressalentes críticos, planejamento de redundância e automação para restaurar ativos sem intervenção humana.
- Gatilhos: Quando a tendência do indicador aponta para perdas de produção ou risco à qualidade do produto.
3. MTTRe (Mean Time to Respond – Tempo Médio para Resposta)
- Onde Usar: Serviços de manutenção em infraestrutura predial, utilities, telecomunicações e indústrias com suporte remoto.
- Decisão Associada: Definição de níveis de cobertura (24×7), equipes de plantão, ou terceirização para melhorar o tempo de resposta.
- Gatilhos: Disparos para análise de falhas quando o tempo de resposta excede o SLA ou impacta serviços críticos.
4. MTTRf (Mean Time to Failure Recovery – Tempo Médio para Recuperação de Falha)
- Onde Usar: TI, data centers, e linhas de produção altamente automatizadas.
- Decisão Associada: Implantação de redundâncias, automação em sistemas críticos, ou revisão de arquiteturas de recuperação automática.
- Gatilhos: Quedas frequentes na disponibilidade, análise de falhas ou avaliação de novas tecnologias como Edge Computing e IA preditiva.
5. MTTRp (Mean Time to Replace – Tempo Médio para Substituição)
- Onde Usar: Ativos com componentes sujeitos a desgaste previsto ou falhas por tempo de uso, como rolamentos, motores elétricos e módulos eletrônicos.
- Decisão Associada: Dimensionamento de estoques de sobressalentes, definição de estratégias de manutenção planejada (substituição programada) e níveis de cobertura em contratos.
- Gatilhos: Quando o tempo médio para substituição começa a afetar a disponibilidade operacional ou quando há falhas recorrentes por atraso na reposição de peças.
Conclusão
Cada variante do MTTR oferece uma visão estratégica para melhorar a eficiência da manutenção e reduzir o tempo de inatividade.
- O MTTR e o MTTRp são mais usados na gestão de sobressalentes e contratos de SLA.
- O MTTRs e o MTTRf ganham importância em processos contínuos e na definição de planos de contingência e automação.
- Já o MTTRe é decisivo para avaliar a agilidade da equipe e o cumprimento de contratos de suporte.
A combinação desses indicadores permite uma análise mais completa da eficiência operacional, orientando investimentos em treinamento, estoques estratégicos, automação e dimensionamento de equipes, conforme o impacto de cada ativo na operação e na competitividade do negócio.
Como todo indicador estratégico, o MTTR que voce venha a usar, deve ser somente sobre itens, serviços ou processos realmente estratégicos.
Aproveita o embalo e participe da pesquisa sobre o uso dos diferentes MTTR no Brasil: https://rede-brasileira-de-manutencao.questionpro.com/MTTR
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