Como gestores podem amenizar conflitos entre colaboradores
Ainda que sejam consequência natural da convivência humana, rusgas devem ser evitadas para não comprometerem o rendimento das equipes
As relações profissionais, assim como quaisquer outras, estão sujeitas a atritos e desentendimentos. No ambiente de trabalho elas podem se tornar mais evidentes, e se escalarem podem prejudicar o desempenho das atividades. Como é possível um gestor administrar os conflitos entre os colaboradores e evitar crises maiores? Para o escritor Uranio Bonoldi, especialista em negócios e tomada de decisão, é preciso que líderes saibam ponderar e identificar quais casos precisam de uma intervenção mais objetiva, mas garantir que em qualquer situação o foco no trabalho não se perca.
“Não é apenas a questão de fingir que o problema não existe, passar por cima do conflito, e seguir o trabalho como se nada estivesse acontecendo. Em muitas situações, isso pode ser até mais prejudicial, pois o problema cresce e estoura quando estiver insustentável”, analisa. Assim, a postura correta é de saber mediar, entender as partes envolvidas, sugerir soluções e dar o tratamento justo para o caso de modo a permitir que a questão se dê por resolvida. “Claramente isso não é tarefa fácil. Exige jogo de cintura e muita sensibilidade para desatar o nó sem trazer maiores consequências. Mas num primeiro momento, é o ideal”.
A situação pode ser mais delicada quando o conflito envolve questões pessoais, pois discutir assuntos privativos no local de trabalho pode trazer ainda mais constrangimento. “Se problemas de ordem pessoal estão afetando o desempenho das atividades e não caber uma intervenção, é necessário que o gestor mantenha ainda maior firmeza e siga seu trabalho, delegando tarefas e cobrando resultados, para deixar os envolvidos cientes de que, mesmo com as dificuldades, o trabalho ainda precisa ser realizado” diz o escritor.
Autor de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, Uranio Bonoldi acredita que o diálogo é, na maioria dos casos, o meio mais correto para se resolver problemas, mas nem sempre é o mais eficiente. “Obviamente que verbalizar os problemas e buscar soluções que agradem a todos seria o ideal, mas dependendo do caso, o que se pode fazer é alertar sobre a importância de se separar conflitos pessoais do ambiente de trabalho e demonstrar na prática como dar sequência às atividades sem que as desavenças atrapalhem”, pontua.
Bonoldi afirma ainda que essa capacidade de administrar conflitos é parte intrínseca do trabalho de gestão. “Talvez seja a função mais desafiadora de um líder. Além de tomar decisões importantes, traçar estratégias, e gerir todo o funcionamento da empresa, precisa ainda ter sensibilidade para reconhecer quando problemas internos estão prejudicando o andamento dos negócios. Não é fácil, e nem todos estão atentos a isso, mas é algo que gestores devem sempre ter em mente”, finaliza.
Sobre o autor:
Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO. É autor dos thrillers da saga “A Contrapartida” e de “Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP.
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