Encerramento da COP30 reforça urgência de descarbonizar o setor e ampliar soluções de construção leve e industrializada
Com o encerramento da COP30 em Belém, a sustentabilidade na construção civil deixou de ser apenas um eixo de discussão e passou a ocupar definitivamente um papel estratégico nas negociações climáticas globais. A conferência consolidou o setor como um dos pontos mais críticos e, ao mesmo tempo, mais promissores para a transição verde. Responsável por cerca de 40% das emissões globais de CO₂ e por mais de um terço do consumo de energia, a construção civil foi amplamente citada em documentos técnicos, compromissos multilaterais e declarações políticas que surgiram ao longo das duas semanas de evento.
Nesta edição, reconhecida como a COP da implementação, mais de 120 países apresentaram ou reforçaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com foco na descarbonização das cadeias produtivas, no aumento da eficiência energética e na ampliação das ações de adaptação climática. A Declaração de Ação da COP30 reconheceu formalmente a industrialização de baixo carbono como prioridade global, destacando a necessidade de integrar desempenho ambiental, produtividade e inovação em setores como edificações, infraestrutura e materiais.
Outro ponto de destaque foi o avanço das diretrizes internacionais para edificações sustentáveis. A World Green Building Council apresentou a iniciativa Building the Transition, que passa a orientar o alinhamento entre políticas públicas, métricas de emissões e práticas empresariais. Governos e organizações também consolidaram princípios internacionais para a construção responsável com madeira e outros materiais de menor impacto, reforçando a circularidade e a eficiência no uso de recursos.
Apesar dos avanços, a conferência também expôs desafios importantes. A ausência de um acordo global vinculante para a eliminação progressiva de combustíveis fósseis amplia a pressão sobre setores intensivos em energia, como o da construção. A falta de padronização de indicadores, a dificuldade de medir resultados de adaptação e a necessidade de ampliar o financiamento climático continuam sendo pontos sensíveis que exigem maior coordenação internacional.
A construção civil, por sua natureza, enfrenta complexidades históricas que tornam a transição verde um desafio considerável. Grande parte dos sistemas construtivos ainda depende de processos artesanais e de materiais com elevada pegada de carbono, como cimento e aço. A informalidade da mão de obra, as baixas taxas de digitalização e a fragmentação da cadeia produtiva também contribuem para atrasos na modernização do setor. Essas barreiras estruturais fazem com que ganhos de produtividade e de eficiência ambiental sejam mais difíceis de alcançar quando comparados a outros segmentos industriais.
Nos últimos anos, porém, observa-se um movimento consistente de modernização. A adoção de sistemas industrializados, modulares e de construção leve vem ganhando espaço como caminho para superar esses desafios. Esse modelo permite padronizar processos, reduzir erros, diminuir desperdícios e encurtar o ciclo construtivo. Estudos internacionais indicam redução superior a 80% no volume de resíduos quando comparada à construção tradicional, além de melhorias térmicas e acústicas que reduzem o consumo energético ao longo da vida útil das edificações.
A transformação da construção civil não depende apenas da escolha de sistemas construtivos, mas também da evolução dos materiais. O desenvolvimento de insumos mais resistentes, duráveis, leves e energeticamente eficientes é fundamental para ampliar o desempenho das edificações. Soluções abrasivas de precisão, por exemplo, contribuem para processos industriais mais limpos, seguros e eficientes, além de permitirem acabamentos que prolongam a vida útil de estruturas e componentes. Essa mudança demonstra que a inovação em materiais será decisiva para atingir metas de descarbonização e ampliar a qualidade das construções.
Outro elemento central nessa transição é a qualificação profissional. A construção sustentável requer novas competências, desde o uso de tecnologias digitais, como BIM e modelagem paramétrica, até o domínio de processos industrializados e instalados em fábrica. Sem uma força de trabalho preparada, o avanço da construção leve e de alto desempenho corre o risco de não se consolidar. A capacitação torna-se ainda mais urgente em países como o Brasil, onde o déficit de mão de obra qualificada convive com oportunidades crescentes de inovação e produtividade.
No Brasil, a COP30 reforçou oportunidades concretas. A matriz energética mais limpa, somada ao avanço da industrialização e ao aumento da demanda por soluções construtivas sustentáveis, coloca o país em posição privilegiada para liderar essa transição. O setor brasileiro tem potencial para construir um modelo de desenvolvimento que une eficiência, baixo carbono e competitividade, criando referências exportáveis para outros mercados emergentes.
Para a Norton Abrasivos, marca do grupo Saint-Gobain, o cenário pós-COP30 reforça a urgência de transformar compromissos ambientais em ações efetivas ao longo de toda a cadeia. A empresa tem ampliado iniciativas voltadas à redução da pegada de carbono, ao reaproveitamento de matérias-primas e à inovação em tecnologias de construção leve. A qualificação profissional também está no centro da estratégia, já que a evolução da construção civil depende da formação de equipes preparadas para operar novos sistemas, equipamentos e métodos produtivos.
“A COP30 consolida o papel da construção civil como setor-chave da transição verde e destaca a importância de soluções que tornem as cidades mais resilientes, eficientes e inclusivas. Ao combinar tecnologia, industrialização e responsabilidade ambiental, a indústria tem a oportunidade de liderar um novo ciclo de inovação capaz de transformar o presente e preparar um futuro mais sustentável”, afirma Paula Ferrador, gerente de Sustentabilidade da Norton Abrasivos
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