“Caso consigamos obter aprovação do conselho (de administração) entre o fim deste ano e início do ano que vem, os dois investimentos levariam dois anos para implementação, entregando os primeiros resultados a partir de 2021”, disse o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, em teleconferência com analistas, sem estimar valores de investimento.
Até agora, executivos da Usiminas vinham comentando que a retomada das áreas primárias de Cubatão dependeria de uma retomada mais vigorosa da economia Brasil. A usina paulista deixou de produzir aço bruto no início de 2016, quando a Usiminas tinha perspectiva de deixá-la apenas com atividades de laminação por pelo menos cinco anos.
As ações da Usiminas exibiam queda de 2,9 por cento às 13:42, enquanto o Ibovespa tinha cedia 0,58 por cento.
A empresa religou no início de abril o alto forno 1 de sua usina em Ipatinga (MG), adicionando quase 2 mil toneladas por dia de capacidade de produção de ferro gusa. O forno foi religado em meio a perspectivas melhores de demanda de aço neste ano, embora o presidente da Usiminas tenha alertado na cerimônia de reativação do equipamento nesta semana que a redução das perspectivas para o PIB de 2018, que constam no boletim Focus do Banco Central, seja um “sinal de alerta”.
A Usiminas divulgou nesta manhã o melhor resultado trimestral dos últimos sete anos, com lucro líquido de 157 milhões de reais e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 641 milhões.
Segundo Seckelmann, a Usiminas provavelmente vai sentir os efeitos completos da reativação do alto forno 1 apenas no quarto trimestre. Isso porque a empresa programa para julho uma parada para manutenção de 11 dias no alto forno 3, o maior da usina de Ipatinga, com capacidade para 2,35 milhões de toneladas por ano.
Já o presidente da Usiminas, Sergio Leite, comentou que a empresa iniciou estudos de viabilidade de uma grande reforma do alto forno ou uma reforma parcial para dar mais alguns anos de operação ao equipamento. Uma reforma total do alto forno daria mais 20 a 25 anos de operações para a unidade. “Uma reforma do alto forno 3 não vai ocorrer antes de 2021”, disse Leite.
Seckelmann acrescentou que é provável que a Usiminas compre menos placas de terceiros para serem laminadas em Cubatão no terceiro trimestre, diante de nível de preços do material que inviabiliza exportações de laminados da unidade.
Questionado por analistas se a Usiminas pode parar até mesmo as atividades de laminação de Cubatão, Leite disse acreditar que a suspensão das exportações da usina deve ser temporária, por três meses, enquanto os preços de placas estão desequilibrados no mercado internacional após os Estados Unidos imporem no mês passado sobretaxas de importação de 25 por cento sobre aço.
Seckelmann acrescentou que a usina tem um ponto de equilíbrio de operação de 80 mil toneladas de aço para laminação por mês, melhoria ante o nível de 100 mil toneladas de alguns anos anteriores. “Estamos trabalhando para baixar ainda mais isso”, disse o vice-presidente financeiro.
Leite afirmou ainda que a Usiminas vê oportunidade para elevar em 5 por cento em junho o preço de aço vendido a distribuidores do país. Segundo ele, a difença atual de preços entre aço importado e o produzido no Brasil, conhecida como “prêmio”, está “caminhando para perto de zero, que permite movimento de preços”.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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