Supply chain: como gerenciar os riscos dos seus fornecedores?
Por Ivan Jancikic
Os líderes da área de supply chain costumam dizer que estão cada vez mais preocupados com os riscos que impactam diversos elos da cadeia de valor do setor de suprimentos. Eles estão preocupados com tudo, desde os riscos associados a seus fornecedores até a exposição a possíveis perturbações macroeconômicas.
Nesse contexto, uma mudança que começou antes da pandemia só vem se intensificando: os líderes da cadeia de suprimentos não conseguem se concentrar apenas em custos e serviços, mas também precisam gerenciar riscos, resiliência e sustentabilidade em suas cadeias de suprimentos.
Dadas as interrupções crescentes e contínuas nesse setor – como incertezas geopolíticas, mudanças nos regulamentos de ESG e outras decisões ambientais e políticas que afetam direta ou indiretamente as cadeias de suprimentos em todo o mundo – há muito mais complexidade e muito mais investimentos em jogo se as coisas derem errado.
Isso significa que os líderes agora precisam responder pelos riscos desde o início. Não basta assumir aqueles já consumados, mas incorporá-los ao design da cadeia de suprimentos para serem gerenciados e mitigados desde o princípio. Em seguida, é preciso atualizar e modernizar os modelos de supply chain à medida que os riscos evoluem. As empresas que se preparam para os riscos dessa maneira, normalmente, são capazes de se recuperar antes de eventuais interrupções e minimizar os impactos desses eventos adversos.
Por que o gerenciamento de riscos do fornecedor é uma prioridade?
Uma fonte comum de risco envolve não conhecer fornecedores da cadeia em todos os níveis. Essas empresas podem não ter políticas e práticas alinhadas com os padrões da sua companhia, o que pode torná-los expostos a riscos, como más práticas trabalhistas ou os efeitos desastrosos de um furacão ou outro evento climático extremo. Mas, você pode simplesmente não ter informações suficientes para gerenciar esses riscos com assertividade e responder adequadamente se – ou quando – eles se concretizarem.
O que os líderes de supply chain podem fazer para gerenciar os riscos do fornecedor?
Uma boa maneira para começar é fazendo a si mesmo as seguintes perguntas:
- Quem são nossos fornecedores e quem são seus subcontratados?
Você provavelmente sabe quem são seus fornecedores, já que tem contratos firmados. Mas, você sabe realmente quem são esses fornecedores? Será que eles repassam alguma parte do serviço para subcontratados? Quanto eles sabem a respeito desses terceiros? Estabelecer boas relações com seus fornecedores pode criar um fluxo de informações mais aberto e ajudar você a responder a essas perguntas tão importantes.
- Que tipo de negócios estamos fazendo com eles e por quê?
Será que você não pode estar negligenciando outros fornecedores igualmente qualificados (ou até mesmo superiores que os atuais)? De que modo a resposta a essa pergunta se alinha com as estratégias dos negócios e de supply chain? Para criar valor na sua cadeia de suprimentos, saber os “porquês” de cada fornecedor é extremamente importante.
- Quais relacionamentos nos expõem a riscos e quais são eles?
Obter o máximo de detalhamento possível sobre essas questões ajudará você a coletar dados para tomar decisões bem fundamentadas ao criar seu plano de gerenciamento de riscos de supply chain.
Depois de passar algum tempo refletindo sobre as perguntas acima e coletando dados, você poderá:
- Identificar os riscos: qual é a probabilidade de o evento ocorrer? Qual será o impacto provável? Onde ocorrerá?
- Avaliar os riscos: quão graves são eles? Com quais habilidades sua organização conta para gerenciar esses riscos? Os riscos são aceitáveis? Qual é o nível de urgência de cada um dos riscos identificados?
- Determinar as medidas apropriadas: agora que você identificou e avaliou os riscos, o que fará com essas informações? Quais ações você vai ou não empregar?
- Modelar as respostas: antes de agir, faça simulações nos gêmeos digitais (digital twins) da sua cadeia de suprimentos para descobrir como certos riscos afetariam suas operações e quais efeitos teriam as alternativas que você está propondo para tratar (ou deixar de tratar). Depois de modelar esses impactos, você poderá tomar decisões com base em dados que ajudarão sua organização a reduzir riscos e se recuperar mais rapidamente de situações adversas.
*Ivan Jancikic é Regional Vice President, Engagement Management & CSP LATAM da Coupa Software
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