A gestão de ativos é uma disciplina estratégica que exige uma abordagem integrada e multidimensional, especialmente diante das rápidas transformações tecnológicas e organizacionais.
Não tenho bola de cristal, mas o passado recente ensina. Há um ditado antigo que diz: “cobra que não anda não engole sapo”.
Sim, em time que está ganhando se mexe sim. Se voce não se cuidar, seu concorrente vai lhe ultrapassar e comer poeira não faz bem a ninguém.
Abaixo vai minha lista dos pilares fundamentais que os profissionais devem priorizar para uma gestão de ativos eficiente e alinhada às melhores práticas:
1. Definição de Missão, Visão e Alinhamento Estratégico
Estar em sintonia com a empresa, é fundamental. Não invente. A gestão de ativos deve ser um reflexo direto dos objetivos organizacionais.
Isso inclui:
- Definir a missão da gestão de ativos: Alinhada às metas gerais da empresa.
- Estabelecer metas anuais e de longo prazo: Garantindo consistência no planejamento plurianual.
- Integração com ESG: Incorporar critérios ambientais, sociais e de governança para alcançar sustentabilidade e impacto positivo.
2. Auditoria, Certificações e Benchmarking
Quem disse que a Gestão de Ativos está no bom caminho e entregando o que dela se espera? Um olhar externo sempre será contributivo.
E dar uma olhada no que rola no mercado só pode trazer coisas positivas.
Auditorias regulares, alinhadas a normas como ISO 55001, e programas de benchmarking desempenham um papel essencial em:
- Identificar lacunas em relação às melhores práticas do mercado.
- Comparar desempenho com empresas líderes do setor.
- Fortalecer a credibilidade organizacional por meio de certificações.
- Promover aprendizado e inovação com base em referências externas.
3. Gestão Orçamentária e Financeira
O Orçamento reflete o que se tem de recursos, compromissado com o que se vai entregar.
Não há estratégia onde não se tem metas e objetivos bem estabelecidos.
Um controle financeiro robusto assegura a alocação eficiente de recursos, incluindo:
- Elaboração de orçamentos detalhados para manutenção.
- Análise de indicadores como ROI (Retorno Sobre Investimentos) e ROA (Retorno Sobre Ativos).
- Gestão do custo de manutenção em relação à receita e à operação.
4. Otimização de Processos e Tecnologias
O tempo passa e as coisas mudam. Se não houver constante atenção às novidades, estamos condenados a requentar o passado. Não tem jeito. Do telegrama ao WhatsApp nem foi tanto tempo assim.
Investir em tecnologias e metodologias de gestão de processos é essencial para:
- Automatizar tarefas rotineiras e aumentar a precisão das operações.
- Implementar ferramentas como QR codes, dispositivos móveis e softwares de gestão avançados.
- Promover maior rastreabilidade e eficiência operacional.
5. Manutenção Baseada em Confiabilidade e Maturidade
Adotar programas como 5S, KAIZEN, FMEA, TPM e RCM, e trabalhar na maturidade da manutenção, garante:
- Integração da manutenção com o compliance e a governança corporativa.
- Minimização de riscos operacionais e aumento da resiliência.
- Desempenho consistente que sustenta os objetivos organizacionais.
A maturidade na gestão de manutenção promove a continuidade operacional e consolida a manutenção como um diferencial estratégico no esforço organizacional.
6. Transformação Digital: IA, IoT e Digitalização
Não é preciso desespero, mas estar ligado, com um olhar adiante, é que faz a diferença entre quem lidera e quem somente corre atrás.
As tecnologias emergentes estão transformando a gestão de ativos. Para acompanhar essa revolução, é necessário:
- Adotar IoT para monitoramento em tempo real e manutenção preditiva.
- Utilizar inteligência artificial para análise de dados, previsão de falhas e otimização de processos.
- Digitalizar a gestão de ativos com ferramentas que permitem melhor controle e tomada de decisão.
A integração dessas tecnologias não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para a competitividade.
7. Engajamento e Desenvolvimento de Pessoas
Gestão de Ativos nunca será um trabalho solo.
Constituir um time, empodera-lo, motiva-lo, mante-lo. Simples, não? Muitas empresas e suas lideranças negligenciam o básico. Os profissionais são o maior ativo da organização.
Programas de treinamento e desenvolvimento trazem retorno para a organização e sem esse investimento todos os outros perigam não dar resultado. E não estamos falando de treinamentos regulamentares, exigidos por lei ou por questão de ANS (Acordo de Nível de Serviços) com clientes. No mínimo devem ser capazes de:
- Capacitar equipes para lidar com mudanças tecnológicas.
- Promover engajamento e retenção de talentos.
- Fomentar uma cultura de melhoria contínua e inovação.
8. Monitoramento, Indicadores de Performance e Melhoria Contínua
Quem não sabe de onde veio, como está agora, nunca saberá para onde está indo.
“Quem não mede, não gerencia” é uma expressão do Deming, cunhada no século passado e que continua 100% atual.
O uso de indicadores como OEE, MTBF, MTTR e backlog é indispensável para:
- Acompanhar a evolução do desempenho.
- Identificar oportunidades de melhoria e benchmarking.
- Implementar ciclos de melhoria contínua: Utilizar análises regulares para otimizar processos e resultados.
A melhoria contínua deve ser parte integrante da gestão de ativos, garantindo a adaptação constante às mudanças do mercado.
9. Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental
Somos parte envolvida e comprometida com o planeta, nossas comunidades e a herança do que recebemos e vamos deixar. Não há propósito que se sustente sem levar em consideração as boas práticas de tudo que se relacione a EHS (Environment, Social and Governance).
É mandatório gerenciar recursos como água, energia e resíduos de forma responsável não apenas cumprindo os regulamentos, mas também:
- Fortalece a imagem da empresa perante stakeholders.
- Reduz custos operacionais e impactos ambientais.
Conclusão da Bola de Cristal
A gestão de ativos não pode se resumir a ser eficiente, é preciso que seja eficaz. Já faz tempo deixou de ser apenas uma tarefa técnica, precisando assumir seu papel e responsabilidade dentro de uma estratégia organizacional que conecta tecnologia, pessoas e processos. Com alinhamento estratégico, transformação digital, benchmarking, e foco em ampliar a maturidade e melhoria contínua, as empresas podem maximizar o uso de seus ativos em verdadeiros pilares de resiliência e competitividade.
Agora é o momento de agir. A preparação antecipada garante que a gestão de ativos não seja apenas um suporte, mas uma força motriz para o crescimento e a inovação organizacional.
No mais, bora sermos felizes!
Que venha 2025.
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