Mesmo sem incentivos fiscais, que agora dificilmente existirão no atual governo, as montadoras estão tomando por conta própria investimentos em veículos elétricos. Não só no segmento de automóveis e comerciais leves, mas também em ônibus e caminhões. A MAN recentemente apresentou o e-Delivery, caminhão leve e elétrico da Volkswagen.
Embora ainda não esteja no mercado, a MAN Latin America espera iniciar a produção de caminhões elétricos no país a partir de 2020, mas a gama de produtos não ficará limitada ao modelo apresentado. Toda a linha urbana da Volkswagen será eletrificada. Não se trata de excluir o motor diesel, mas todas as versões terão opção movida por eletricidade, abrangendo um PBT que vai de 3,5 a 13 toneladas.
Para a empresa, não será problema a produção do e-Delivery em 2020. Na verdade, poucas modificações são necessárias para adaptação do veículo, sendo que basicamente trocam-se o motor diesel pelo elétrico e o tanque de combustível pelas baterias de lítio. Também não é preciso modificar a linha de produção em Resende-RJ, que já pode fazer um tipo de caminhão diferente do outro na mesma linha, revelando enorme versatilidade nas operações.
Com foco em entregas urbanas, o e-Delivery tem autonomia de 200 km, suficiente para a proposta de VUC ou atuação no meio urbano. O protótipo divulgado tem PBT de 11 toneladas, que não tem dificuldades com o peso das baterias. No entanto, o projeto da MAN de alcançar a faixa de 3,5 toneladas será desafiador por conta dessa relação de peso. Para os operadores, um fator importante será o preço de aquisição, mas a empresa diz que não chegará a 50% em relação ao equivalente diesel.
Para a MAN, o caminhão elétrico precisa se pagar, pois caso contrário o cliente não vai apostar na ideia. Embora sem mencionar o tempo de retorno, a montadora diz estar trabalhando com fornecedores nacionais para reduzir os custos. O próprio desenvolvimento do e-Delivery demandou parceiros brasileiros para que o projeto tivesse um custo viável. O motor elétrico é da catarinense WEG. O conjunto motriz será feito pela Eletra, também do mesmo estado.
No entanto, as baterias de lítio serão importadas da chinesa Winston. A MAN lamenta não ter uma empresa brasileira para dispor das células, mas reconhece que o fornecedor asiático possui o que há de melhor lá fora. Então, inicialmente, a parte mais importante de um veículo elétrico virá do exterior, embora com um custo mais acessível do que se fosse importada da Coreia do Sul ou qualquer outro lugar.
[Fonte: DCI]
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