São Paulo, 25 de agosto de 2023 – Onde há pessoas, há conflitos. Essa afirmação pode parecer generalista, mas é real, especialmente dentro do ambiente corporativo, onde um conflito não é necessariamente algo ruim e pode gerar uma inovação, um novo projeto, uma melhoria de processo, uma promoção de cargo ou uma demissão.
Nascemos e crescemos vivendo em família, no núcleo próximo de casa, sempre com as mesmas pessoas e quando chegamos no mercado de trabalho nos deparamos – quase que de forma inédita – com pessoas de vivências, culturas experiências e níveis de conhecimento diferentes dos nossos.
É no trabalho que convivemos com aqueles que estudaram nas melhores escolas e com outros que nem sempre puderam concluir os estudos. O convívio relaciona aqueles que têm as melhores vivências familiares com quem teve as piores.
Essas diferenças impactam no modo de atuar de cada profissional e são gatilhos para opiniões divergentes sobre os temas de trabalho. Estar na liderança em momentos de conflitos de ideias requer habilidade, não apenas para fazer uma mediação equilibrada, mas para manter a mente aberta para entender e valorizar ideias antes impensadas.
As divergências de opinião bem orquestradas podem ser combustíveis para alimentar uma nova forma de fazer as mesmas coisas, com mais resultados positivos.
Toda essa diferença se reúne em torno de um objetivo único que é gerar inovações e agregar mais valor ao trabalho, impactando de forma positiva os resultados da empresa e atuando para o crescimento profissional, para ter sucesso e fazer bem-feito seu trabalho.
O papel do gestor ou do líder nessa reunião é saber utilizar os benefícios dessas divergências e convertê-las em soluções para impulsionar os negócios, sem confundir diferenças de ideias com julgamentos e confrontos pessoais. Quando as pessoas começam a ter cargos de liderança e ocupar espaços onde podem compartilhar opinião e novas ideias, muitas vezes é natural ocorrer o julgamento.
Primeiro, o cérebro julga poque quer categorizar para facilitar as escolhas, só que por outro lado, o julgamento faz tudo ficar igual e o igual não é criativo. Da divergência podem sair soluções. Para isso, é preciso que o objetivo de um conflito de ideias seja compreendido entre toda a equipe, por meio de um exercício com as seguintes etapas:
- Proponha um brainstorming – cada integrante da equipe pode apresentar uma ideia ou opinião sobre o tema proposto;
- O gestor precisa estar aberto para ideias de pessoas diferentes dele e considerar todas as opiniões, sem julgamentos pessoais;
- Na sequência, deve organizar um resumo das ideias mais comentadas por todos;
- Abrir um tempo para discussão em grupo das melhores ideias;
- O líder não deve mostrar ou favorecer ninguém, mesmo aqueles com quem já tem mais afinidade;
- Ao líder também cabe o papel de apresentar os pontos positivos e negativos de cada ideia e oficializar qual foi a mais adequada, levando em consideração todas as opiniões.
O principal e mais positivo resultado da ação é que independentemente da ideia escolhida, o trabalho da equipe é fazê-la dar certo e apontar o que ainda poderá ser feito para que fique ainda melhor. Dessa forma, as pessoas vão se sentir ouvidas. O exercício permite a todos conhecer vários pontos de vista sobre o mesmo tema.
O que pode dar errado ao exercitar o conflito de ideias é quando as críticas são direcionadas às pessoas ao invés da situação ou do cenário apresentado. Nesse caso, o conflito de ideias se torna um confronto pessoal com ataque e defesa. Todos perdem. O preparo do líder nesse momento é fundamental para o sucesso da ação e para que todos estejam cientes de que as divergências ficarão apenas no campo das ideias e não passarão para os relacionamentos interpessoais.
Do tom da voz que utiliza em cada comentário ao controle emocional, tudo é importante para não fazer do exercício uma batalha sem fim. O gestor com boa escuta, pode fazer com que uma ideia se some a outra que complementará a próxima e esse link de ideias vai gerar um resultado saudável e criativo de soluções em grupo. Riqueza de ideias é expansão de consciências. Em tempos de ESG, ter opinião diferente é também pensar em diversidade. Diversidade de ideias.
Sobre Juliana Algodoal
Considerada uma das maiores especialistas em Comunicação Corporativa do país, Juliana Algodoal é PhD em Análise do Discurso em Situação de Trabalho – Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e fundadora da empresa Linguagem Direta*. Acumula mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de projetos que buscam aprimorar a interlocução no ambiente empresarial – tendo como clientes grandes companhias, como Novartis, Pfizer, Aché, Itaú, Citibank, Unimed, SKY, Samsung, Souza Cruz, dentre outras. Também é presidente do conselho administrativo Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.
Informações à imprensa I Juliana Algodoal
Pitchcom Comunicação
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