A preocupação com a Saúde e Segurança do Trabalho (SST) deve ser uma prioridade incontestável para qualquer empresa, sendo a prevenção de acidentes laborais seu objetivo primordial. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que, de 2002 a 2021, o Brasil registrou uma média anual de 601.993 acidentes de trabalho, resultando em 2.591 mortes e 9.419 incapacitações. Em São Paulo, apenas nos primeiros sete meses deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 46,9 mil acidentes de trabalho.
Para garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores, é fundamental compreender a dinâmica da Saúde e Segurança do Trabalho. Nesse contexto, a Gestão de Terceiros (GRT), com profissionais especializados em SST, desempenha um papel crucial na prevenção de acidentes e na promoção de um ambiente de trabalho seguro.
A GRT assume a responsabilidade de validar profissionais capacitados para atividades de risco, como trabalhos em altura ou espaços confinados. A gestão eficiente inclui a avaliação da documentação técnica desses profissionais, o fornecimento adequado de equipamentos de proteção (EPI) e o monitoramento contínuo da validade dos documentos que atestam sua capacitação. Esses elementos essenciais contribuem significativamente para a redução de incidentes potenciais.
A Gestão de Terceiros atua como uma consultoria preventiva para fornecedores, avaliando a aptidão técnica de cada funcionário a ser mobilizado para prestar serviços. Além disso, auxilia os fornecedores na melhoria da eficiência dos processos de saúde e segurança, implementando melhores práticas e incorporando ferramentas inovadoras.
Empresas que adotam a Gestão de Terceiros observam resultados concretos. Um cliente da Bernhoeft, por exemplo, após a implementação da GRT, experimentou maior integração com o sistema, uma compreensão aprimorada dos riscos pelos terceirizados e uma notável redução no número de acidentes, resultando em aumento de produtividade e uma economia significativa de R$2 milhões ao ano.
Outra faceta importante da Gestão de Terceiros é a auditoria de campo, que mapeia riscos que não podem ser identificados apenas por meio da análise de documentação. A GRT, além de mapear esses riscos, seleciona fornecedores de alto risco para auditorias presenciais. Entrevistas são conduzidas para verificar o estado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a validade dos treinamentos e as condições do local de trabalho.
A missão da Gestão de Terceiros é impactar positivamente os indicadores de redução de acidentes e mortes nas empresas. A GRT desempenha um papel fundamental na promoção da segurança dos funcionários terceirizados em diversas operações. O futuro dessa gestão envolve tecnologia (IA), consultoria cada vez mais especializada, ênfase nos pilares ESG, relacionamento com o fornecedor e orientação para a alocação adequada de profissionais em cada serviço prestado.
*Bruno Santos é um especialista em Gestão de Riscos com Terceiros e sócio da Bernhoeft, empresa especializada em Cálculos Judiciais, Gestão de Riscos com Terceiros, BPO e Consultoria Tributária. Com mais de 14 anos de experiência, ele possui formação em Administração de Empresas e MBA em Gestão de Projetos. Bruno é reconhecido por sua contribuição no desenvolvimento do conceito de Nível de Maturidade na Gestão de Terceiros e ministra webinars e palestras em eventos para compartilhar seu conhecimento sobre a mitigação de riscos na terceirização. Ele também atua como professor de pós-graduação e implantou a Gestão de Terceiros em mais de 70 empresas de diferentes segmentos e portes. Atualmente, Bruno é sócio da Bernhoeft e da BexUp, uma plataforma de automação e inteligência artificial voltada para a Gestão de Terceiros.
Fonte: Mayra Maciel de Barros
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