Um levantamento do Itaú BBA revelou que o setor de utilities, que inclui energia, água e gás, é considerado o preferido dos investidores, totalizado 67,4% dos votos obtido em sua pesquisa. Somado a esse indicador, a Eletrobras tem a ação mais indicada por 34,8% dos fundos e institucionais. Já no setor de saneamento, após o novo Marco Legal, sancionado em julho de 2020, foram gerados R$ 72,2 bilhões de investimentos, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
O cenário confirma uma perspectiva positiva para esses segmentos no mercado brasileiro. E, diante do otimismo, 81% das utilities querem melhorar os serviços, combater perdas e furtos e reduzir os custos, aponta a Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc). Puxado pela onda de investimentos que permitirá essas melhorias no setor, está a Internet das Coisas (IoT), com crescimento de 10% nos próximos cinco anos, revela o estudo. E essa projeção deve se elevar com a chegada do 5G, que impulsionará a sensorização.
Entretanto, para ter efetividade em torno desses objetivos, é preciso ir além: estruturar um plano completo de implementação e orquestração de jornadas, que envolva não só IoT, como também cloud computing, análise de dados, inteligência artificial, machine learning e 5G, entre outras tecnologias que venham a possibilitar às concessionárias executarem suas atividades diárias e suportar os processos de tomada de decisão. Ao passo que o segmento de serviços públicos vem sofrendo também uma revolução tecnológica, podemos fazer uma analogia com a quarta revolução industrial e, em referência, chamá-lo de Utilities 4.0.
Ocorre que, ainda de acordo com a Abinc, 76% das empresas têm um plano de transformação digital, mas não de uma forma estruturada envolvendo toda a organização. É neste ponto que as tecnologias supracitadas atuam, cada uma atendendo a um processo e, integradas, suportando toda a organização com informações para as tomadas de decisão e maior capacidade de processamento.
Como vimos, os benefícios da Utilities 4.0 ultrapassaram os limites de apenas obter uma produção inteligente. Hoje, as tecnologias que envolvem este conceito são determinantes nas áreas de operação, manutenção, gerenciamento e refletem também na forma como seus consumidores são atendidos. Estes, por sua vez, querem ter serviços contínuos, de melhor qualidade e baixo custo.
Ainda mais empolgante é que a Utilities 4.0 pode facilitar a interconectividade entre as concessionárias de serviços, e criar, por exemplo, grandes armazenamentos de dados sobre seus ativos e o meio ambiente. Engenheiros e cientistas podem usar ferramentas analíticas de big data e aprendizado de máquina para gerar informações perspicazes sobre o comportamento do ambiente compartilhado e ativos físicos comuns. Essas informações podem ser compartilhadas por comunidades e concessionárias para melhorar de forma mais holística a indústria, o meio ambiente e beneficiar a sociedade. Ao fazer isso, a Utilities 4.0 impulsionará economias de escopo e escala em todo os setores que eram inimagináveis anteriormente.
Diante deste cenário, fica claro que o desafio principal passou a ser como aplicar da melhor forma possível essas tecnologias para resolver os problemas e avançar na jornada de evolução digital. Seguindo o conceito de Utilities 4.0, as empresas do setor terão uma vasta possibilidade de alcançar seus objetivos estratégicos por meio da excelência em sua eficiência operacional e da experiência de seus consumidores, possibilitando as organizações a se adaptarem às rápidas mudanças do mercado e apoiar uma grande quebra de paradigma social em direção ao desenvolvimento sustentável.
*Rivaldo Ferreira é vice-presidente corporativo e Augusto Motta é gerente comercial, ambos da divisão de Utilities da SONDA, líder regional em serviços de Transformação Digital.
A SONDA é líder regional em serviços de Transformação Digital, com faturamento de US$ 1.062 bilhão em 2021 e mais de 13 mil colaboradores, com presença direta na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Peru e Uruguai.
Fonte: Rivaldo Ferreira e Augusto Motta
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