O Cepel participou, no início de maio, do comissionamento do SOMA (Sistema Orientado ao Monitoramento de Ativos) na Central Hidrelétrica de Itaipu. O SOMA foi aprovado segundo os rígidos critérios da Engenharia de Manutenção de Itaipu Binacional e entrou oficialmente em operação, integrando o Matrix-UG, sistema de monitoramento e diagnóstico das 20 unidades hidrogeradoras da usina, passando a monitorar parâmetros de temperatura e vibração destas unidades. O principal objetivo é aumentar, ainda mais, a disponibilidade desses ativos, fundamentais para o país, proporcionando a antecipação de possíveis problemas antes que eles provoquem uma parada não programada.
“Após conclusão e validação dos ajustes ainda necessários, a Superintendência de Manutenção da Itaipu contará com uma ferramenta valiosa de medição e armazenamento de parâmetros como a temperatura e vibração dos componentes das unidades. A partir de agora, entraremos em uma nova fase de desenvolvimento do SOMA, na qual o foco será a implementação de funcionalidades importantes para a Engenharia de Manutenção, tais como análise automática de valores, técnicas de manutenção preditiva e diagnóstico de possíveis defeitos”, assinala Nilton Ramos Quoirin, da Divisão de Engenharia de Manutenção Elétrica de Itaipu Binacional.
“Algumas dessas novas funções são inéditas em sistemas de gestão de ativos atualmente disponíveis no mundo. Nossa expectativa é que esse se torne, em breve, uma referência em gestão de ativos, em especial no setor de energia, com ganhos expressivos nos processos de manutenção da planta, propiciando maior visibilidade de eventuais defeitos incipientes. A tendência é que essa característica de previsibilidade de defeitos eleve o grau de manutenção da planta de manutenção preventiva para manutenção preditiva”, ressalta o coordenador do Projeto Matrix-UG José Quirilos Assis Neto, da Divisão de Engenharia Eletromecânica de Itaipu Binacional.
O pesquisador do Cepel André Tomaz de Carvalho, gerente do SOMA, destaca que esta é a aplicação de maior porte do sistema, com capacidade de adquirir em torno de 500 sinais por máquina, totalizando aproximadamente 10 mil sinais monitorados em tempo real: temperaturas, acelerações, órbitas, tensões, potências, descargas parciais dentre outros. “A concentração dessas informações em uma plataforma de supervisão na WEB possibilita à Engenharia de Manutenção avaliar mais facilmente a condição de operação de cada máquina, detectando possíveis anomalias, evitando falhas e prevenindo paradas não programadas”, afirma.
Além de André Tomaz, integram a equipe do projeto SOMA os pesquisadores Renato de Oliveira Rocha, Monique da Cruz Benevenuto, Bruna de Andrade Bastos Fonseca e os colaboradores da PUC-Rio João Antônio Ferreira e Diogo Rafael Correa Marques.
O projeto
No ano de 2011, com base em experiência adquirida em projeto anterior, Itaipu idealizou um sistema de monitoramento inovador, contando, então, com o suporte do Cepel e a participação de seus parques tecnológicos (Brasil e Paraguai). A plataforma adotada foi o SOMA, e o projeto desta matriz de monitoramento das unidades geradoras foi denominado Matrix-UG. Em 2015, foi dado início ao projeto e, agora, sua primeira etapa foi concluída.
“A partir do sistema de aquisição de dados implantado serão agregadas novas ferramentas, como a integração entre a aquisição de dados e os modelos tridimensionais das máquinas, o sistema especialista de diagnóstico baseado na árvore de falhas elaborada por Itaipu, e ferramentas de geração de relatórios para a Engenharia de Manutenção. A nova versão do SOMA, com algumas destas funcionalidades, já está com sua instalação prevista para julho de deste ano”, comenta André Tomaz.
Devido ao grande potencial do SOMA para a melhoria do monitoramento e diagnóstico, Itaipu pretende expandir a aplicação do Matrix-UG a outros ativos da usina.
Indústria 4.0
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o impacto da Indústria 4.0 no Brasil produzirá uma redução de custos na indústria brasileira de, no mínimo, R$ 73 bilhões por ano, dos quais 43% corresponderão a reduções de custos de manutenção e reparo. Este impacto não será diferente no setor elétrico, particularmente em suas instalações de geração e transmissão de energia.
Neste contexto, André Tomaz assinala a sintonia do Cepel com a Indústria 4.0. “Resultado de 45 anos de experiência do Cepel no desenvolvimento de tecnologias voltadas ao monitoramento e ao diagnóstico de máquinas rotativas, o SOMA visa elevar a Engenharia de Manutenção do setor elétrico aos patamares da Indústria 4.0, contribuindo para a manutenção inteligente do sistema elétrico e a eficiência na gestão de seus ativos”, conclui.
Disponível em: http://www.cepel.br/pt_br/sala-de-imprensa/noticias/sistema-desenvolvido-pelo-cepel-traz-mais-seguranca-operacional-a-hidrogeradores-de-itaipu.htm
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