Durante três dias, um dos maiores eventos de dutos do mundo, recebeu cerca de 8.200 visitantes, além de especialistas, CEOs, acadêmicos e estudantes
A 13ª edição da Rio Pipeline mostrou “a força do setor, a importância de múltiplos agentes e o interesse do Brasil no segmento de dutos”, ressaltou Valéria Lima, diretora-executiva de Downstream do IBP, durante a cerimônia de encerramento do evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), de 8 a 10 de agosto, no Rio de Janeiro.
Sylvie D’Apote, diretora-executiva de Gás Natural afirmou que esta edição é considerada a maior da história da Rio Pipeline. “O interesse observado agora, na indústria, é reflexo dos primeiros passos que culminaram na nova lei do gás e que enalteceram e incrementaram as perspectivas na indústria de dutos”, ressaltou D´Apote.
Idarilho Nascimento, Chair do Comitê Organizador da 13 ª Rio Pipeline que também contou com uma edição on-line em 2021, , destacou o sucesso de público e o sucesso internacional. “Tivemos representantes de 29 países, além de 8.200 pessoas nesses três dias, com média de 2.700 por dia de evento. É um recorde da Rio Pipeline, que ocupou 5 mil m² de área de exposição e registrou um aumento de 40% no número de expositores em relação a 2019, indo de 49 para 70”.
Investimento em infraestrutura de downstream
As discussões sobre oportunidades e desafios no uso de modais de grande volume para transporte de combustíveis no Brasil encerraram os debates do último dia da Rio Pipeline 2023. Valéria Lima apontou que os investimentos em infraestrutura de forma geral caíram 20% nos últimos 10 anos (de 2013 a 2022) e ressaltou a necessidade da retomada de novos aportes. “O Brasil vai precisar dobrar o nível de investimentos para atender o crescimento da demanda da economia brasileira”, afirmou Lima, destacando a eficiência do setor de distribuição de derivados de petróleo e gás para garantir o abastecimento nacional.
Marcus D’Elia, sócio da consultoria Leggio, apresentou o estudo encomendado pelo IBP sobre investimentos em infraestrutura logística de downstream, e que aponta a necessidade de aportes de em média R$ 118,5 bilhões até 2035 para atender o crescimento da demanda de derivados. Desse total, R$ 9,47 bilhões serão destinados à movimentação de líquidos no país. “Quando olhamos para 2035, com os aportes previstos no estudo, as cadeias logísticas crescem pela existência de modais de alto volume. Esse cenário contribui para a queda de 41% para 23% do uso do setor rodoviário e para a redução de custos e emissões”, ressaltou.
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, reconheceu que o país ainda possui inúmeros desafios de infraestrutura, especialmente por conta da redução dos investimentos dos últimos anos. “Precisamos investir 4% do PIB em infraestrutura. Temos a meta de ampliar para 40% a matriz ferroviária”, destacou.
Marcelo Bragança, vice-presidente de operações da Vibra Energia, disse que há “uma série de oportunidades, mas que é preciso garantir a segurança regulatória para os investimentos”.
Sebastião Furquim, vice-presidente de Operações e Logística da Ipiranga, enfatizou a necessidade do investimento em terminais de larga escala. “É importante ter regras claras para regulação desses terminais de larga escala.”
Enquanto Juliano Tamaso, Vice-presidente de Supply Chain do Grupo Cosan, destacou a importância da sustentabilidade e da redução de emissões nos novos projetos do setor. “A maior obra de duto recente foi da Logum que reduziu o tráfego de caminhões e emissões em São Paulo. Temos investido também em vagões, buscando usar modais mais eficientes. Estamos cuidando do meio ambiente, diminuindo o custo Brasil.”
CEO Talks
A última sessão do CEO Talks da Rio Pipeline 2023 recebeu Erik Breyer, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A (TBG). Breyer frisou que as regulações do transporte público, do transporte rodoviário e do setor elétrico podem ser diferenciais para o mercado de gás. “As realizações do setor de óleo e gás do Brasil são impressionantes, tanto em exploração e produção. Mas, na parte de regulação, vejo que temos espaço para entender como utilizar as redes como ativos em benefício do público”, explicou.
Em um contexto de mudança de fontes de suprimento, Sylvie D´Apote, moderadora do encontro, comentou que os gasodutos são um seguro para todo o sistema de gás, com vários agentes querendo usar o sistema de transporte. D´Apote citou a expansão das redes da TBG e o crescimento do setor.
Diversidade de gênero
A importância da liderança executiva, masculina e, especialmente, feminina, no impulso de políticas que promovam a diversidade de gênero na indústria foi destaque na sessão especial “Women Pipelines”.
Carla Diniz, diretora de gente e gestão da NTS, observou que oportunidades e desafios têm moldado um cenário mais inclusivo nos últimos anos. “O desafio para as mulheres é enorme, mas o avanço é evidente”. Christiane Delart, diretora de distribuição de gás na Naturgy Brasil, confirmou com números da distribuidora. “73% do comitê diretivo da empresa sendo mulheres e 44% das lideranças da empresa também femininas, indicando uma mudança positiva”.
A formação técnica foi destacada como essencial para criar ambientes mais diversos. Carla Sautchuk, diretora de operações da Comgás, enfatizou a necessidade de desenvolver profissionais desde a base do mercado para que uma liderança diversa seja nutrida.
Raíssa Dantas, Global Category Lead de Tubos Submarinos e Revestimentos da TechnipFMC, destacou a importância da expertise brasileira em contextos internacionais.
Interligações submarinas
Os desafios para a utilização de interligações submarinas com longos comprimentos foram destaque no debate, tendo o Brasil como um mercado potencial para este tipo de tecnologia.
Stéphane Anrès, gerente de pesquisa e desenvolvimento da SAIPEM, destacou que os projetos subseas são de alto risco, com inúmeros desafios, mas que a tecnologia tem evoluído e contribuído para superá-los. “Temos usado tecnologias que aumentam a eficiência dos projetos, com a possibilidade de ligações cada vez maiores”.
Premiação
O Calgary Award, principal premiação da Rio Pipeline, recebeu a inscrição de 212 papers. Os representantes da NTS e da IEC foram os vencedores com o trabalho “Inspeção combinada CIPS-DCVG sujeita a interferência eletromagnética”, dos autores Anderson Kreischer (NTS) e Antonio Carlos Pires Caetano (IEC), que foram premiados com passagem, estadia e inscrição na conferência de Calgary no próximo ano, no Canadá. Também foram distribuídas menções honrosas aos melhores trabalhos técnicos apresentados em cada categoria da programação. A lista completa está no site do IBP.
A Rio Pipeline 2023 tem patrocínio master da Petrobras; o patrocínio platinum da Transpetro, NTS, TAG e TBG; o patrocínio ouro da Tenaris; patrocínio bronze da PRIO; patrocínio cobre da GERDAU, Álvaro Aguiar Engenharia, Solar Turbines, Tory Tech; patrocínio Premium Arena da DNV e SLB/ENIVIBES; patrocínio Special Arena da Geogas, Rosen, Optasense e TDW, parceria de mídia do Pipeline Technology Journal e da epbr; apoio de mídia da Petro&Química, TN Petróleo e World Pipelines; apoio institucional da ABCM, AbeGás, Abemi, AbesPetro, Abendi, ABH2, Abimaq, Abitam, Abraco, Abramam, Arpel, Atgás, Brazil-Texas Chamber of Commerce, CTDUT, CTFF, YPI e YPP. Além disso, o evento conta ainda com o apoio do Governo Federal.
Fonte:
Quer receber notícias como esta? Se inscreva agora!