Recorde: 27% do consumo de energia foi gerado por Solar e Eólica
“Se não aumentarmos os investimentos em novas fontes renováveis e na sua integração com o sistema, podemos ver o cenário de 2021 se repetir”, afirma Pedro Coletta, analista de Energia na Equus Capital.
No dia 15 de março, o Brasil registrou o recorde histórico de consumo de energia, às 14h37, quando 102.438MW estavam sendo consumidos. Entre muitos fatos, os aparelhos de refrigeração para conter a onda de calor estão entre os principais responsáveis. Entretanto, o que acende o alerta é o fato de que, constantemente, recorde estão sendo batidos em um curto espaço de tempo. Isso reflete claramente o impacto das mudanças climáticas.
Em 2023, o mundo viveu o ano mais quente de toda a história e em 2024 pode ter um novo recorde batido. Após meses de otimismo em relação aos reservatórios trazerem tranquilidade para o sistema elétrico, o CMSE determinou, no início de março, medidas para preservar reservatórios das hidrelétricas, devido ao baixo volume de chuvas do período úmido. As medidas visam reter 7% do armazenamento de energia do Sudeste/Centro-Oeste, porém os reservatórios continuam apresentando níveis confortáveis.. Entretanto, em 2021, a maior seca dos últimos 91 anos atingiu o país, e quase levou o Brasil para uma catástrofe econômica e social, caso o país não tivesse investido em outras fontes de energia e as chuvas não tivessem ocorrido em 2022. “Não podemos nos esquecer do que aconteceu há 3 anos. É muito recente. O país correu um sério risco de precisar racionar energia, pois passávamos pela pior crise hídrica da nossa história. Graças aos nossos investimentos nas fontes solar e eólica, o problema não foi mais grave. Se não aumentarmos os investimentos em novas fontes renováveis e na sua integração com o sistema, podemos ver o cenário de 2021 se repetir”, ressalta.
Nesse recorde de consumo, um levantamento realizado pela Equus Capital, demonstrou a importância das novas fontes renováveis de energia que ingressaram no sistema elétrico brasileiro, principalmente nos últimos 20 anos. No momento com maior demanda de energia, 19,7% estavam sendo gerados por parques solares e 7,3% por fontes eólicas, totalizando 27%. “Não precisamos acionar mais termelétricas, extremamente custosas, para atender a demanda inesperada. Isso mostra a importância da diversificação da nossa matriz. A geração de energia solar foi dentro da esperada, mas a eólica excedeu 1.353 MW médios das expectativas, atendendo todo o consumo inesperado, na ordem de 1.200 MW médios, e suprindo 10,71% de consumo do dia”.
“A sexta feira dia 15 foi um divisor de águas, momento em que a geração solar e eólica demonstraram seu valor para o sistema elétrico brasileiro. Embora novos recordes de consumo e demanda máxima tenham se estabelecido, não foi necessário o aumento da geração térmica e nem uso de reservatórios, auxiliando na difícil missão de preservar os reservatórios, em momentos com afluências de chuvas abaixo da média histórica”, explica.
A única fonte limpa e renovável de energia em que é possível estocar energia em grandes volumes é a hídrica, através dos reservatórios, que precisam estar constantemente cheios, para abastecer a população e agricultura com água e suportarem as crises climáticas e o crescimento do PIB. O sistema elétrico funciona equilibrando, a todo momento, o consumo e a geração. O aumento da geração eólica e solar, que são fontes não controláveis, possibilita a preservação dos reservatórios, pois as hidrelétricas não precisam assumir a parte da energia gerada por essas fontes. Dessa forma os reservatórios funcionam como uma grande bateria, barata e eficiente.
A Equus Capital, gestora focada em teses inevitáveis de longo prazo, ou seja, aquilo que irá ocorrer independentemente de fatores políticos e econômicos, investe em energia renovável e prepara o início da fase 1 do seu grande projeto de energia renovável no Nordeste, com investimento de R$ 1 bilhão. Para isso, em 2023, João Meirelles, Ex-CEO da gigante CTG (China Three Gorges) se juntou ao time.
As contribuições dessas fontes ao sistema interligado nacional podem ser observadas ao analisar o atendimento ao pico de demanda e a energia consumida no dia. Às 14h37 a demanda atingiu 102.478 MW e 19,7% e 7,3% foi atendida pela geração solar e eólica. A geração de energia solar foi dentro da esperada, mas a eólica excedeu 1.353 MW médios das expectativas, atendendo todo o consumo inesperado, na ordem de 1.200 MW médios e suprindo 10,71% de consumo do dia.
Portanto, no dia do novo recorde de consumo diário e de máxima demanda, foram as fontes solares e eólicas que possibilitaram que as usinas térmicas não fossem acionadas, evitando custos na operação, e os reservatórios fossem preservados, evitando custos futuros. A diversificação da matriz elétrica e a integração das regiões mostram seu valor dia após dia na segurança de suprimentos.
Brasil registra recorde de demanda de energia por onda de calor, diz ONS
O Brasil registrou consumo recorde de energia elétrica por causa da onda de calor na sexta-feira (15). O dado foi divulgado neste domingo (17) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
O que aconteceu?
O recorde foi batido no dia 15 de março, às 14h37. A demanda de energia chegou a 102.478 MW e o consumo foi de 91.338 MW médios.
O recorde anterior havia sido batido no dia 7 de fevereiro deste ano. No dia, a demanda máxima foi de 101.860 MW. Desde novembro de 2023, o SIN vem registrando sucessivos recordes na demanda instantânea.
Assessoria de Imprensa: Fabrizio Gueratto
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