A Petrobras informa sobre as medidas que vêm adotando, tendo em vista os impactos da pandemia do COVID-19 (coronavírus) e do choque de preços do petróleo.
A companhia anunciou uma série de medidas para preservar a saúde de seus colaboradores e apoiar na prevenção do coronavírus em suas áreas operacionais e administrativas. As iniciativas estão alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde e visam contribuir com os esforços da população e das autoridades brasileiras para mitigar os riscos da doença. Com o suporte de um comitê especial, estamos acompanhando diariamente a evolução do coronavírus e avaliando a necessidade de novas medidas.
Adicionalmente, a Petrobras doou ao Sistema Único de Saúde (SUS) 600 mil testes para diagnóstico de Covid-19, que foram importados dos Estados Unidos e chegarão ao Brasil em abril. A companhia também criou um grupo multidisciplinar de profissionais de seu centro de pesquisas (Cenpes) para avaliar e propor soluções em parceria com universidades, empresas e instituições que possam ajudar no combate ao coronavírus.
Como resultado da redução abrupta dos preços e demanda de petróleo e combustíveis, a companhia está adotando uma série de medidas para redução de desembolso e preservação do caixa neste cenário de incertezas, a fim de reforçar sua solidez financeira e resiliência dos seus negócios, dentre as quais destacamos:
- Desembolso das linhas de crédito compromissadas (Revolving Credit Lines), no montante de cerca de US$ 8 bilhões, conforme anunciado em 20/03/2020, que entraram no caixa essa semana.
- Desembolso de duas novas linhas que somam R$ 3,5 bilhões.
- Postergação para 15/12/2020 do pagamento de dividendos anunciado em 19/02/2020 com base no resultado anual de 2019, no valor de R$ 1,7 bilhão. Essa proposta será submetida à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, que foi reagendada de 22/04/2020 para 27/04/2020.
- Redução e postergação de gastos com recursos humanos, no valor total de R$ 2,4 bilhões:
- adiamento do pagamento do Programa de Prêmio por Performance 2019;
- postergação do pagamento de horas-extras;
- postergação do recolhimento de FGTS e do pagamento de gratificação de férias, conforme Medida Provisória n° 927, de 2020;
- postergação do pagamento de 30% da remuneração mensal total do Presidente, Diretores, Gerentes Executivos e Gerentes Gerais;
- cancelamento dos processos de avanço de nível e promoção para os empregados e avanço de nível de funções gratificadas de 2020;
- redução de 50% no número de empregados em sobreaviso parcial nos próximos três meses e suspensão temporária de todos os treinamentos.
- Otimizações do capital de giro
- Redução dos investimentos programados para 2020 de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões (sendo US$ 7 bilhões na visão caixa), em função principalmente de postergações de atividades exploratórias, interligação de poços e construção de instalações de produção e refino, e da desvalorização do Real frente ao dólar americano.
- Aceleração da redução dos gastos operacionais, com uma diminuição adicional de US$ 2 bilhões, destacando:
- Hibernação das plataformas em operação em campos de águas rasas, com custo de extração por barril mais elevado, que em virtude da queda dos preços do petróleo passaram a ter fluxo de caixa negativo. A produção atual de óleo desses campos é de 23 mil bpd e os desinvestimentos nesses ativos continuam em andamento.
- Menores gastos com intervenções em poços e otimização da logística de produção.
- Postergação de novas contratações relevantes pelo prazo de 90 dias.
Como resultado da implementação das medidas descritas, a companhia estima que equilibrará seu fluxo de caixa no ano de 2020.
Em relação à comercialização de petróleo e derivados, a Petrobras está continuamente monitorando o mercado interno e externo, bem como fazendo a gestão dos estoques e processamento em suas refinarias, em alinhamento com as variações das demandas do mercado. A crise do COVID-19 tem provocado reduções significativas de demandas de derivados, especialmente de diesel, gasolina e QAV no Brasil e no mundo.
Nesse sentido, a companhia decidiu reduzir um total de 100 mil bpd da sua produção de óleo até o final de março, em função da sobreoferta deste produto no mercado externo e pela redução da demanda mundial de petróleo causada pelo efeito do COVID-19. A companhia avaliará as condições do mercado e, em caso de necessidade, realizará novos ajustes na produção de petróleo, sempre garantindo as condições de segurança para as pessoas, operações e processos.
A companhia continua a explorar oportunidades para cortes adicionais de custos administrativos e operacionais. Dado o alto grau de incerteza prevalecente na economia global, entendemos ser prematuro fazer revisões do cenário base e projeções de preços de petróleo. Tais revisões serão feitas quando as incertezas e a consequente volatilidade de preços diminuírem.
A Petrobras reforça seu compromisso com a gestão de seu portfolio e com sua estratégia sustentada pelos cinco pilares: maximização do retorno sobre o capital, redução do custo de capital, busca incessante por custos baixos, meritocracia e respeito às pessoas, meio ambiente e segurança. A crise atual realça a importância destes pilares que devem continuar a ser implementados ainda com mais foco e intensidade.
Refletindo seu compromisso com a transparência, a Petrobras manterá os mercados informados sobre futuros movimentos.
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