A Eletrobras informou, nesta quinta-feira (24), que a diretoria da empresa está acompanhando o movimento grevista e garantiu que as subsidiárias do grupo estão “prontas a adotar as medidas contingenciais necessárias à manutenção do fornecimento de energia elétrica à população”. A greve de advertência foi iniciada a partir dos primeiros minutos desta quinta-feira (24) pelos funcionários da Eletrobras.
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região e da Associação dos Empregados da Eletrobras, Emanuel Mendes Torres, o movimento atinge 90% a 95% dos 21 mil funcionários da Eletrobras, que trabalham nas 16 empresas da holding, em todo o país – dos quais cerca de 4 mil somente no Rio de Janeiro. “A orientação do sindicato foi no sentido de que a parte operacional do Sistema Eletrobras continue a trabalhar normalmente e por isto o fornecimento de energia para a população não será afetado”.
O sindicalista disse que o movimento objetiva pressionar a empresa a efetuar o pagamento sobre Participação dos Lucros e Resultados relativo a 2014 e discutir com os representantes dos empregados os rumos da empresa, que segundo ele vem sendo sucateada nos últimos anos e perdeu a sua capacidade de investimento.
Em nota, a companhia ressaltou que não procedem as informações de que está havendo um desmonte das empresas Eletrobras. “No momento, estão em curso ações e estudos que visam adequar a Eletrobras e suas empresas à nova realidade do sistema elétrico brasileiro”, acrescentou a estatal.
A reivindicação dos funcionários da Eletrobras sobre o pagamento do percentual na Participação nos Lucros e Dividendos acontece mesmo com a empresa tendo registrado prejuízos nos últimos anos.
Dados da estatal indicam que em 2013 a holding teve um prejuízo líquido de R$ 6,2 bilhões; prejuízo este que em 2012 chegou a R$ 6,8 bilhões. Os funcionários entendem que essas perdas são decorrentes de decisões tomadas pelo governo e pela direção da empresa, que descapitalizou a Eletrobras e tirou o seu poder de investimento.
“É por isso que nós também queremos discutir com o governo os rumos da Eletrobras. Por conta das decisões tomadas no ano passado, a empresa ficou descapitalizada e as empresas subsidiadas perderam a capacidade de investimento. Além disso, nós perdemos cerca de 4 mil trabalhadores a partir do Programa de Demissão Incentivada e, atualmente, os quadros da empresa não são suficientes para fazer frente à demanda e realizar os trabalhos de manutenção de um sistema complexo e frágil. A situação é ainda mais grave se levarmos em conta que não há perspectiva da realização de concurso público”, disse.
Veja a íntegra da nota divulgada pela Eletrobras:
As empresas Eletrobras assinaram, em 2013, Acordo Coletivo de Trabalho Nacional, válido por dois anos, com todas as entidades sindicais que representam seus trabalhadores. No momento, os empregados reivindicam a Participação nos Lucros e Resultados, que é negociada a cada ano com base no lucro, resultado e no pagamento de dividendos aos acionistas pela companhia, nada tendo a ver, portanto, com a negociação coletiva de trabalho, prevista para ocorrer em 2015.
A direção da Eletrobras vem acompanhando o movimento grevista e garante que as suas subsidiárias estão prontas a adotar as medidas contingenciais necessárias à manutenção do fornecimento de energia elétrica à população, bem como das atividades essenciais das empresas.
Cumpre esclarecer que não procedem as informações de que está havendo um desmonte das empresas Eletrobras. No momento, estão em curso ações e estudos que visam adequar a Eletrobras e suas empresas à nova realidade do sistema elétrico brasileiro.
Da Agência Brasil.
Quer receber notícias como esta? Se inscreva agora!