A contaminação de importantes rios por efluentes não tratados: Devemos interromper essas contaminações urgentemente
Por Thiago Canevari, professor e pesquisador do programa de pós-graduação em Engenharia de Materiais e Nanotecnologia
na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
A contaminação de rios, lagos e lençóis freáticos por despejo de efluentes sanitários e industriais sem tratamento adequado é um problema recorrente não só de em países em desenvolvimento, mas também em países desenvolvidos, como França, Brasil e outros. Exemplos disso são os rios Senna, Tietê, Amazonas e vários outros.
Este problema se dá devido à falta de investimentos em saneamento e em novas tecnologias que tenham a capacidade de reterem os diferentes contaminantes, principalmente os denominados contaminantes emergentes, tais como, hormônios, antibióticos, pesticidas nanoplásticos, corantes, amônia, nitrato, fosfato, cafeína, entre outros.
O Brasil possui por volta de apenas 52% dos efluentes domésticos tratados, no qual devem atingir até o final de 2033, 90% de tratamento do esgoto e 99% de água tratada, de acordo com a Lei do saneamento de 2020. Métricas essas muito difíceis de serem cumpridas, considerando o baixo investimento per capta de governos e empresas de saneamento. Aliado a isso, atualmente, as operações unitárias comumente utilizadas nas estações de tratamento de efluentes (ETAs) são aeração, flotação, floculação, decantação, inserção de hipoclorito e filtros convencionais de areia e cascalho. Considerando que a maioria dos contaminantes são compostos moleculares (10-10 m) ou nanoespécies de cátions metálicos (10-9 m), tais espécies não serão retidos pelos tratamentos convencionais.
Desta forma, a contaminação de rios, lagos e Lençóis freáticos causam diversos danos ao meio ambiente e aos seres vivos. Ao meio ambiente, pode ocorrer dizimação de espécies de peixes, aves e alteração de ciclos reprodutivos dos animais; já em seres humanos, devido esta água contaminada voltar para as casas na forma de água potável ou não, muitos efeitos colaterais podem ocorrer, tais como, diarreia por escherichia coli, cólera, leptospirose, disenteria bacteriana, hepatite A, esquistossomose, febre tifoide, envenenamento, danos ao sistema nervoso, fígado e rins, câncer, disfunções hormonais, problemas de fertilidade, entre outros. Centenas de milhares de pessoas sofrem por problemas de ingestão de águas contaminadas pelo mundo. Por mais que a água passe por alguns processos de purificação, tais processos não conseguem eliminar todas estas espécies contaminantes por falta tecnologias inovadoras.
Diante de problema, o LABNAHM, laboratório de nanomateriais híbridos multifuncionais, localizado na Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, vem desenvolvendo, desde 2020, tecnologias inovadoras com capacidade de reterem estes interferentes emergentes. Esta tecnologia, consiste em sistemas de filtração seccionados contendo um número variado de suportes de bambu tratado e manufatura aditiva modificados com diferentes nanomateriais híbridos com capacidade de retenção superior a 95% destes contaminantes emergentes. Esta nova tecnologia pode ser utilizada na saída de águas das ETAs e na entrada de água das residências mitigando desta forma diversos problemas ambientais e de saúde causados por poluição de água.
Aliado a isso, novas políticas públicas devem ser implementadas pelos órgãos governamentais de todos os países, com objetivo de evitarem despejos de efluentes sem tratamento nos corpos de águas, além de um controle severo e extensivo das agências de fiscalização. Desta forma, poderemos recuperar os danos causados ao meio ambiente e aos seres vivos, melhorando a qualidade de vida.
*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie.
Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) foi eleita como a melhor instituição de educação privada do Estado de São Paulo em 2023, de acordo com o Ranking Universitário Folha 2023 (RUF). Segundo o ranking QS Latin America & The Caribbean Ranking, o Guia da Faculdade Quero Educação e Estadão, é também reconhecida entre as melhores instituições de ensino da América do Sul. Com mais de 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pela UPM contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.
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