Segundo a Abiclor, 78% do gás produzido pelo setor é aproveitado pela indústria brasileira. A produção é derivada da fabricação de cloro e soda
O hidrogênio tem se destacado como uma das principais alternativas para descarbonizar uma série de segmentos, especialmente quando utilizado como fonte energética, já que, quando queimado, não emite CO2, apenas vapor d’água. A Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) aponta que, no processo de produção de 3,2 milhões de toneladas de álcalis e cloro por ano, o setor produz cerca de 40 mil toneladas de hidrogênio no Brasil.
Historicamente, o hidrogênio produzido nas plantas de cloro-álcalis vem sendo aplicado internamente na fabricação de produtos como o ácido clorídrico, comercializado como matéria-prima para outras indústrias e utilizado como fonte energética por meio da queima. Em 2021, segundo a Abiclor, o aproveitamento do hidrogênio produzido pelo setor por parte da indústria brasileira foi de 78%, o que está em linha com o padrão internacional, sendo que a indústria europeia apresenta um aproveitamento ligeiramente superior, na faixa de 85%, segundo a Eurochlor (Associação de Operadores de Fábricas de Cloro-Álcalis na Europa).
“Iniciativas como a valorização do hidrogênio, que já é produzido pela indústria de cloro-álcalis há muito tempo, tem chamado a atenção do mundo na busca por uma transição energética eficiente. Nosso maior objetivo é incentivar a cadeia a buscar estratégias orientadas à ampliação da geração e do uso de fontes renováveis de energia, principalmente visando a mitigação das emissões de carbono”, destaca Milton Rego, Presidente Executivo da Abiclor.
Como exemplo, temos a Unipar, que investiu R$ 100 milhões em um projeto sustentável em sua fábrica, situada em Santo André (SP), para a instalação de um novo eletrolisador e um forno de ácido clorídrico que, além de ampliar a produção em 15% de HCl – insumo que é muito demandado para produtos químicos usados no tratamento de água e esgoto – fará com que 80% do HCl seja fabricado a partir de hidrogênio verde.
“Com uma visão de longo prazo e acompanhamento perene dos resultados, a Unipar se comprometeu com todo o ecossistema, que envolve colaboradores, clientes, fornecedores, investidores, instituições, comunidades e sociedade. Nós temos consciência que sustentabilidade é uma condição de existência, para nós e para a indústria química. A sustentabilidade é parte do nosso DNA desde o início e queremos continuar ampliando nossas iniciativas para atuar como agente de transformação por um mundo mais sustentável”, afirma Mauricio Russomanno, CEO da Unipar.
Economia Verde
O hidrogênio hoje é considerado fundamental para o armazenamento de energia para usos onde a eletrificação não é tão eficiente. A indústria de cloro-álcalis produz o gás há mais de um século já que o cloro e a soda são produzidos através da eletrólise de uma mistura de água com sal e, nesse processo, o hidrogênio que estava contido na molécula de água é separado e se forma como subproduto.
Por outro lado, além de serem produtos verdes, baseados em uma energia de fontes renováveis, o cloro e a soda fabricados pelo setor estão intimamente relacionados com eletrificação veicular. “Os veículos elétricos precisam diminuir o peso para aumentar a autonomia, o que significa substituir o aço utilizado por materiais mais leves como os plásticos e alumínio, que são dois produtos que precisam de soda e cloro para a sua fabricação. Ou seja, não existe futuro possível para a indústria brasileira sem ser pela via de uma economia verde, associada à baixa emissão de carbono, ao uso eficiente de recursos naturais e à busca pela inclusão social”, relata Milton, da Abiclor.
Para contribuir com essa visão de transição energética e um futuro que se aproxima cada dia mais da energia verde, a Abiclor lançou recentemente um estudo chamado “Rota Estratégica da Indústria de Cloro-Álcalis”, que busca identificar barreiras e fatores críticos de sucesso do setor e, assim, fomentar ações – de curto, médio e longo prazo – orientadas ao desenvolvimento da cadeia para que atue sempre a serviço da sociedade, além de ser protagonista em sustentabilidade, alinhado com uma agenda de economia verde, e competitiva internacionalmente.
Entre os principais fatores críticos de sucesso dessa indústria química, está a valorização de seu grande potencial ESG e, para isso, o setor tem adotado como estratégia alavancar a expansão de sua produção nacional de maneira alinhada às práticas sustentáveis e à agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, visando um posicionamento global.
“Um importante fator crítico relacionado ao hidrogênio é sobre o seu transporte e gasto energético associado à sua produção. O hidrogênio é um gás muito leve que precisa ser comprimido a menos de 170 graus para virar líquido. Para chegar nessa temperatura, se gasta muita energia e é necessário investimento. Já para ser transportado, é necessária uma infraestrutura segura e robusta que evite o seu vazamento. Esta operação de distribuição também exige investimentos altos. E tudo isso exige se pensar em políticas industriais abrangentes, que irão determinar, novos padrões de produção para contrapor às mudanças climáticas.”, reforça o Presidente Executivo da Abiclor.
Sobre a Abiclor
A Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) representa o setor de cloro-álcalis, que é a indústria base de diversos produtos essenciais para a economia, além de estar diretamente ligada ao saneamento básico e à saúde pública do país. Com 38 associados, a Abiclor reúne algumas das principais plantas produtoras do Brasil, entre elas, Braskem, Chemtrade, Chlorum Solutions, Dow, Katrium e Unipar e também espelha outros elos da cadeia, como fornecedores de equipamentos, distribuidores e transportadores. A Abiclor atua para promover o avanço da indústria de cloro-álcalis em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, com foco na segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. Mais informações em https://www.abiclor.com.br/.
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Hercog Comunicação e Estratégia
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