O volume de serviços prestados no Brasil não teve variação em novembro, ficando em 0,0% na comparação com outubro, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE revisou os dados do setor de serviços de outubro. Ao invés de uma alta de 0,1% divulgada anteriormente, o resultado real também foi de 0,0%. Assim, são dois meses seguidos de variação nula no volume de serviços prestados no Brasil.
Dos cinco serviços pesquisados, apenas o grupo “outros serviços” encerrou novembro com variação negativa frente a outubro (-0,2).
Veja o resultado de cada uma das atividades do setor:
- Outros serviços: -0,2%
- Serviços prestados às famílias: 0,4%
- Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC): 0,8%
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 0,3%
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: 0,1%
Segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços, Rodrigo Lobo, mesmo com predominância de taxas positivas entre as atividades, o indicador geral ficou nulo devido à metodologia de ajuste sazonal dos dados. O sistema estatístico da pesquisa ajusta as séries de cada segmento separadamente do ajuste feito na série global dos serviços.
Segundo o IBGE, o principal impacto veio dos “serviços de informação e comunicação”, que acumulam alta de 1,4% nos últimos 3 meses.
Com o resultado de novembro, o volume de serviços ficou 11,7% abaixo dos pontos mais altos da série histórica da pesquisa, alcançado nos meses de janeiro e novembro de 2014.
Fim do efeito ‘greve’
“Esse cenário de maior estabilidade vem sendo observado desde setembro, quando houve variação negativa de 0,3%. Estes três últimos resultados deram fim à grande volatilidade observada a partir da greve dos caminhoneiros”, destacou Lobo.
Segundo o pesquisador, o resultado de novembro ficou 0,2% acima do nível de abril, pré-greve dos caminhoneiros, e 0,3% abaixo de dezembro de 2017.
“Apesar de todas as oscilações que observamos de maio a agosto, o setor de serviços se encontra praticamente no mesmo patamar que em dezembro de 2017”, acrescentou.
Acumulado em 12 meses
Houve estabilidade também no acumulado nos últimos 12 meses, encerrando uma sequência de 41 meses de taxas negativas nesse indicador. A última vez que o acumulado em 12 meses do setor de serviços apresentou variação positiva foi em maio de 2015, quando registrou alta de 0,1%.
Já na comparação com novembro de 2017, o setor de serviços teve crescimento de 0,9% no mesmo mês de 2018.
Resultado esperado para 2018
Questionado sobre a possibilidade de – com o resultado de dezembro que será divulgado em fevereiro – o setor de serviços fechar o ano com resultado positivo, Lobo disse que seria necessário o mês de dezembro ter tido avanço de pelo menos 1,5%.
O gerente da pesquisa destacou, ainda, que 2014 foi o último ano que o setor de serviços fechou no campo positivo. Com as três quedas anuais seguidas, de 2015 a 2017, o setor acumulou perda de 11%.
Segundo o pesquisador, a retomada do setor de serviços depende da disposição dos empresários em elevarem seus investimentos. “Embora pesquisa da FGV tenha mostrado aumento na expectativa de investimentos, isso ainda não se concretizou no setor de serviços”.
Fonte: G1
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