A produção da indústria brasileira cresceu 0,8% em outubro, na comparação com o mês anterior, puxada principalmente pelos produtos alimentícios e farmacêuticos, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (4) pelo IBGE.
É o melhor outubro desde 2012 (1,5%) e a terceira alta seguida para o setor, que acumulou nesse período expansão de 2,4%, algo que não acontecia desde o final de 2017. Três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 26 ramos pesquisados avançaram em outubro.
No acumulado do ano, no entanto, o setor industrial caiu 1,1%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve alta de 1% em outubro, a segunda depois de três meses de resultados negativos consecutivos: junho (-5,8%), julho (-2,6%) e agosto (-2,1%). No acumulado em 12 meses, a produção industrial recuou 1,3%, prosseguindo com redução da intensidade de perda iniciada em agosto.
“Quando observamos os últimos três meses, percebemos uma melhora na trajetória da indústria, embora não seja no todo. Esse crescimento vem sendo influenciado pela demanda doméstica e por uma pequena melhora no mercado de trabalho, acompanhadas pela massa de rendimentos, a concessão de crédito, a liberação do FGTS e a inflação abaixo da meta. Essa melhora está longe de recuperar as perdas do passado, mas mostra uma mudança no setor industrial, que até metade do ano estava negativo”, avalia André Macedo, gerente da pesquisa.
Entre as atividades, as influências positivas mais importantes no crescimento de outubro foram registradas por produtos alimentícios (3,4%), sobretudo açúcar e suco de laranja, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%). Os farmoquímicos reverteram a queda verificada no mês anterior (-0,3%); e os farmacêuticos eliminaram a redução de 9,1% acumulada nos meses de agosto e setembro deste ano.
Macedo destaca que também tiveram impactos positivos relevantes os setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,9%), de celulose, papel e produtos de papel (2,4%), de impressão e reprodução de gravações (15,3%), de máquinas e equipamentos (1,4%), de outros produtos químicos (1,1%), de produtos de minerais não-metálicos (1,8%) e de bebidas (1,6%).
Por outro lado, o gerente da pesquisa observa que entre os dez ramos que reduziram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância foram verificados em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), que intensificaram o recuo verificado no mês anterior (-1,3%); na metalurgia (-3,2%), com perda de 7,1% em cinco meses consecutivos de queda na produção; e nas indústrias extrativas (-1,1%), que marcaram a segunda taxa negativa seguida, com perda acumulada de 2,9% nesse período.
“Esses três segmentos têm forte impacto no contexto do setor industrial, mas o maior deles decorre dos derivados do petróleo. Na metalurgia, a sequência de quedas ocorreu principalmente nos produtos siderúrgicos”, comentou André Macedo. Outros recuos foram registrados nos segmentos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,4%), móveis (-5,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,6%).
Já entre as grandes categorias econômicas analisadas pela Pesquisa Industrial Mensal, os melhores resultados foram registrados nos bens de consumo duráveis (1,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,0%). O segmento de bens intermediários (0,3%) também mostrou avanço nesse mês. Já setor de bens de capital foi o único que apontou taxa negativa em outubro (-0,3%).
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