O GP SENAI de Inovação acontece entre os dias 20 e 22 de outubro no formato on-line. Alunos de escolas e universidades públicas e privadas poderão participar e apresentar soluções tecnológicas a grandes empresas
Estudantes do ensino médio, de cursos técnicos, de qualificação e de aprendizagem, tecnólogos e universitários poderão participar da edição 2021 do Grand Prix (GP) SENAI de Inovação. Realizado anualmente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para que os alunos vivenciem os desafios e se aproximem de grandes indústrias, o GP deste ano será em formato 100% on-line e com a participação de equipes de outras instituições de ensino, públicas e privadas.
As inscrições estão abertas até o dia 13 de outubro pela página do Grand Prix SENAI de Inovação. Cada escuderia – como são chamados os times – deve ser formada por três a cinco competidores, que podem ser de cursos, escolas e faculdades diferentes. São três categorias: Júnior (estudantes do ensino médio e do novo ensino médio), Avançada (cursos técnicos, de qualificação e de aperfeiçoamento) e Sênior (estudantes de graduação tecnológica, bacharelado e licenciatura).
O GP é uma corrida de inovação aberta, em que os participantes são desafiados pelo SENAI e empresas a apresentarem soluções para problemas reais. As soluções deste ano deverão envolver Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) e o SENAI terá como empresas parceiras a Google e a Cisco. Os times deverão criar, desenvolver e prototipar sua ideia.
“Neste ano, estamos abrindo o GP para público externo, e a expectativa é termos entre mil e duas mil equipes. Considerando que cada time tem de três a cinco pessoas, então serão mais de cinco mil estudantes e mil instrutores envolvidos nas atividades. Quem se inscrever tem muito a ganhar no currículo, como experiência”, ressalta o gerente executivo de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI, Felipe Morgado.
Palestras e transmissão ao vivo
A edição 2021 ocorrerá entre os dias 20 e 22 de outubro por meio da Plataforma GP SENAI de Inovação, com transmissão ao vivo no canal do YouTube do SENAI Play. As escuderias terão aproximadamente 72 horas para submeter o Business Model Canvas (ou Quadro de modelo de negócios), o pitch (discurso de elevador) e o protótipo na plataforma.
Durante o evento, cuja programação inclui workshops e palestras, as equipes contarão com o apoio remoto da equipe de técnicos do SENAI, de representantes das empresas e de especialistas convidados.
A avaliação dos projetos será em outubro, com a divulgação dos finalistas de cada desafio no dia 11 de novembro, quando também ocorrerá a premiação das três melhores ideias de cada desafio. Os premiados receberão medalhas e SENAI Coins, que podem ser utilizados no Banco de recompensas SENAI em produtos ou em cursos da área de TICs e afins.
Os primeiros colocados de cada categoria por desafio receberão ainda SENAI Coins referentes a pré-aceleração do seu projeto no SENAI Lab ou na Unidade SENAI mais próxima na sua cidade. Todos os competidores ganham certificado de participação.
GP tem tradição
Desde 2013, o Grand Prix SENAI de Inovação permite a vivência prática da inovação em tempo real. Ao combinar metodologias de inovação aberta com colaboração e multidisciplinaridade, a corrida revela o quanto os jovens estão preparados para lidar com os desafios do mercado de trabalho.
Ao longo do evento, os empresários indicam os melhores projetos para a banca nacional definir os vencedores. Nesse processo, as empresas podem identificar não só soluções para seus problemas, como também grandes talentos.
Nesses oito anos, o SENAI já realizou mais de 800 GPs – além do evento nacional, há Grand Prix no âmbito das escolas e dos estados –, com mais de 2,8 mil equipes e 15,8 mil estudantes envolvidos. Foram 7 mil ideias apresentadas a 360 empresas, entre aquelas que propuseram os desafios e avaliaram as soluções.
O GP faz parte da Saga SENAI de Inovação, uma série de ações que aproximam a indústria da educação profissional. Os estudantes passam por todas as etapas de elaboração de projetos e têm a oportunidade de desenvolver competências técnicas e socioemocionais, como liderança e resolução de problemas complexos.
“Uma dica é: formem equipes multidisciplinares. A visão que cada aluno traz da sua área ou mesmo da sua realidade, quando falamos de estados e escolas diferentes, é enriquecedora na hora de discutir e apresentar a solução”, aconselha Morgado.
Projeto que nasceu no GP rende bolsa de iniciação científica e mentoria
No GP Escolar de 2019 do SENAI-MT, quatro alunas que cursavam o 1º ano do Novo Ensino Médio criaram uma startup chamada ReGlass. O projeto consistia em transformar garrafas de vidro long neck, que não têm valor atrativo em reciclagem, em um pó que pode ser utilizado como fundente por indústrias cerâmicas.
Com o objetivo de reduzir o custo de produção das indústrias e a quantidade de resíduos no meio ambiente, de lá para cá, elas aprimoraram a iniciativa. Isabela Gaudie Lei, uma das integrantes da equipe, conta que, depois do GP, elas conquistaram o 1º lugar na categoria Curso Técnico da Mostra Estadual de Ciência e Tecnologia, o que garantiu uma bolsa de iniciação científica para se dedicarem ao projeto.
Assim que acabou o prazo da bolsa, o grupo foi atrás de laboratórios para colocar em prática o projeto. Foi quando o professor orientador fez a ponte com o Instituto SENAI de Tecnologia do estado, onde elas têm mentoria e os materiais para a prototipagem. Até o nome da empresa e o modelo de negócio estão passando por uma reformulação.
“Começamos com a ideia de substituir o vidro temperado da long neck, que tem força e resistência maior, pelo fundente da cerâmica, que é o feldspato. A extração desse minério tem impacto no meio ambiente. Mas aí vimos que o mercado do concreto é grande e o vidro pode ser utilizado, em determinada porcentagem, como agregado na areia. Também pode ser substituto da brita”, detalha Isabela, referindo-se às outras possibilidades que surgiram no processo de pesquisa e desenvolvimento do projeto.
No ano passado, diante dos desafios propostos pelas empresas IBM e a Genyx Solar, uma equipe com cinco estudantes dos cursos técnicos de Logística, Refrigeração, Química e Qualidade do SENAI de Feira de Santana, na Bahia, desenvolveu o SchoolPlay. O console portátil com jogos educativos faz uso de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) e Blockchain para o ensino off-line, possibilitando a melhora do aprendizado de crianças com idade entre 6 e 17 anos, sem acesso à internet.
Por: Amanda Maia
Da Agência de Notícias da Indústria
Fotos: André Kopsche/FIESC; Acervo pessoal
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