Falta de conhecimento e de governança estão entre os principais motivos que dificultam alcançar resultados
Embora práticas de ESG (Environment, Social, Governance) venham ganhando força nas organizações, elas não conseguem ser corretamente implementadas, em grande parte pela falta de preparo dos líderes. Os dados foram apontados no relatório The ESG Imperative: turning words into action, liderado pelo Project Management Institute (PMI). O documento, que acompanha o movimento do ESG em 2022 também traz dados de outras pesquisas relevantes sobre o setor, principais alavancas regulatórias e insights práticos de líderes de projetos ESG.
Disponível para download apenas em inglês, o relatório está sendo lançado juntamente com a primeira plataforma de informações sobre ESG do PMI, que contará com conteúdos, perguntas frequentes e outros materiais relacionados ao assunto.
O relatório do PMI também menciona que segundo pesquisa da GlobalData publicada neste ano dois terços dos entrevistados acreditam que a crise causada pela COVID-19 impulsionou ações em ESG. No entanto, enquanto os entrevistados do relatório GlobalData classificaram o gerenciamento de risco como o fator de governança mais importante em relação ao ESG, o relatório apontou também que práticas de governança inadequadas tornam mais provável que as empresas não cumpram as metas ESG.
A informação é corroborada pela pesquisa conduzida pela Deloitte também em 2022. Ela mostra que quase 60% dos entrevistados, líderes que avaliam ameaças e oportunidades de negócios, não abordam o assunto mudanças climáticas durante as reuniões. Mostra ainda que aproximadamente metade dos respondentes disse não ter conhecimento adequado para tomar decisões sobre os riscos relacionados ao clima. Por exemplo, 70% ainda precisam definir como as mudanças climáticas afetarão as operações, a cadeia de suprimentos e os clientes da empresa.
Sabe-se que transformar ESG em ação é um grande desafio para muitas organizações. Entre os motivos por trás dessa dificuldade estão a falta de conhecimento e de adoção das estratégias pelas próprias lideranças. A lacuna entre a intenção e a ação exigirá que as organizações combatam a complacência, estabelecendo padrões e expectativas claros.
No Brasil, as práticas de ESG vêm ganhando força nos últimos seis anos. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), o patrimônio líquido dos fundos na categoria sustentabilidade e governança foi de 1,07 bilhão de reais, quase o dobro do ano anterior.
“As práticas ESG são urgentes e precisam ser fortalecidas em todos os setores, enquanto a sustentabilidade deve ser uma diretriz em qualquer projeto. Também é fundamental destacar o papel importante do gerente de projetos, que nesse processo é quem fará as ideias se concretizarem em práticas contínuas, assertivas e sustentáveis a longo prazo”, afirma Ricardo Triana, diretor-geral do PMI no Brasil e América Latina.
Entre as principais ações do gerente de projetos na implementação de projetos de ESG está a habilidade de transformar ideias em realidade, integrar as metas em indicadores-chave de desempenho e alavancar os resultados para todos os stakeholders.
Ricardo ainda ressalta a importância de toda a cadeia produtiva repensar o consumo de energia: “É importante entender os gargalos, às vezes com a substituição de um equipamento, ou aprimoramento de uma tecnologia. Até mesmo mudanças sutis no próprio processo de produção tornam possíveis economias significativas”, conta.
Nesse cenário, o objetivo do PMI é justamente ajudar a impactar os resultados dos projetos com foco em ESG por meio de pensamento estratégico, colaborações, um portfólio de ferramentas, treinamentos e produtos, o que torna a execução mais fácil, tanto colaborando com a estratégia quanto com as soluções. A ideia é servir como um catalisador capaz de transformar as prioridades da organização em resultados capazes de trazer propósito. Isso porque as iniciativas em ESG não devem ser apenas um discurso ou modismo. Elas são na verdade uma necessidade e um compromisso com um mundo melhor para nós e para as futuras gerações.
Conheça 3 habilidades que todo profissional deveria desenvolver para prosperar em Projetos ESG
- As habilidades baseadas em projetos são essenciais para ajudar as empresas a transformar ideias em realidade. A agilidade e a escolha das formas corretas de trabalhar são importantes e podem ser desenvolvidas por metodologias como o Disciplined Agile (DA), que fornece orientação direta para ajudar as organizações a otimizarem seus processos de uma maneira sensível ao contexto, focando em ESG, por exemplo. O DA ajuda o profissional a aprender sobre suas opções e o orienta para as melhores formas de trabalhar.
- Os gerentes de projeto precisam integrar as metas de emissões em indicadores-chave de desempenho, construir a gestão de emissões em formas de trabalhar e se envolver com todas as partes interessadas sobre as práticas de sustentabilidade. Além de recursos financeiros e comprometimento organizacional, obter as habilidades certas é um ativo essencial para possibilitar a mudança.
- Alavancar resultados a todos os stakeholders. O tempo é crítico — a situação mundial e o ecossistema mais amplo requerem ação imediata. As empresas precisam se adaptar rapidamente às normas ambientais ESG, a ponto de demonstrar a todos os interessados seus esforços e avanços nesse sentido, pois o público consumidor está cada vez mais atento e exigente. O Guia PMBOK®, agora em sua 7ª edição, está totalmente alinhado ao UNSDG — Grupo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, demonstrando o compromisso do PMI em capacitar e inspirar profissionais de todos os setores e funções a serem agentes de mudança — para alavancar suas habilidades para impactar positivamente suas empresas e comunidades.
Sobre o PMI
O Project Management Institute (PMI) é a principal associação do mundo para os profissionais que consideram o gerenciamento de projetos, programas e portfólios a sua profissão. Por meio da defesa de direitos, colaboração, educação e pesquisa globais, o PMI trabalha para preparar mais de três milhões de profissionais em todo o mundo para a The Project Economy: a economia do futuro, em que o trabalho e as pessoas são organizados em torno de projetos, produtos, programas e fluxos de valor. Com um histórico de 50 anos, o PMI trabalha em quase todos os países do mundo para promover carreiras, melhorar o sucesso empresarial e amadurecer ainda mais a profissão de gerenciamento de projetos com padrões reconhecidos globalmente, certificações, comunidades, recursos, ferramentas, pesquisa acadêmica, publicações, cursos de desenvolvimento profissional e oportunidades de networking. Como parte da família PMI, o site interativo cria comunidades globais online que oferecem mais recursos, ferramentas melhores, redes maiores e perspectivas mais amplas. Acesse o site ou o link e o Facebook e @PMInstitute no Twitter.
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