Com tamanho avanço tecnológico que estamos vivendo, inovar se tornou algo primordial para as empresas que desejam ultrapassar a concorrência e trazer, de fato, novidades ao mercado. Mas, quando se fala de disrupção, palavra associada ao ato de romper, de interromper o curso natural, de gerar uma ruptura, se cria o conceito de um produto ou serviço que trará uma nova realidade. Ou seja, a diferença entre inovação e disrupção é que a primeira melhora e incrementa o que estamos fazendo. Já a segunda, anula o que foi feito até então, instalando em seu lugar um modelo superior.
Não estou dizendo que companhias não devam investir em inovação. Pelo contrário, é preciso ter um horizonte de médio a longo prazo, com uma política de transformação que deva vir de cima para baixo, de dentro para fora. E é bastante normal encontrar inúmeras “desculpas” para não inovar e se deparar com executivos dominados pela resistência à mudança, deixando a empresa completamente vulnerável a ser engolida por qualquer startup em um curto espaço de tempo. É preciso iniciar as mudanças com pequenos grupos, em pequenas escalas, medindo os resultados e aprendendo com o processo. Resultados negativos também são valiosos, entender o que não funciona nos ajuda a descartar uma ideia ou a reformular nossa hipótese antes de tentar novamente.
Mas, além de promover a inovação, ao mesmo tempo, devemos nos preparar para a ruptura, permitindo ousar no próprio negócio. Idealmente, somos nós que podemos substituir, gradativamente, o modelo antigo pelo futuro, antes que outro nos tire do jogo. É no ponto de ruptura que as empresas realmente fazem a diferença por meio de aplicações de fórmulas novas para incorporar esse processo como uma parte contínua de seu desenvolvimento, como ocorre, por exemplo, com o Google.
O mundo é mais complexo e volátil hoje do que em qualquer outro momento da história, e o ideal para empresas que querem se preparar para a disrupção é criar um departamento separado que atue para detectar e antecipar possíveis mudanças tecnológicas ou executar uma estratégia de aquisição de projetos transformadores. A disrupção, ao contrário do que muitos pensam, não acontece do dia para a noite. Mudar mercados e hábitos de consumo das pessoas leva tempo.
Se você acredita que mudar é um risco, lhe convido a pensar, por um minuto, no risco de não mudar. A transformação digital não é apenas uma mudança tecnológica, mas também cultural, pessoal e coletiva.
*Por Augusto Schmoisman – especialista em defesa cibernética corporativa, militar, aeroespacial e CEO da Citadel Brasil.
Fonte: ML&A Comunicações
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