Minas Gerais – Depois de um ano de 2020 fortemente impactado pelas consequências econômicas da pandemia da covid-19, a indústria de iluminação começa a demonstrar sinais de recuperação. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), entidade que reúne mais de 70 empresas com atuação no segmento de iluminação, o setor deve fechar 2021 com uma alta de 6% no faturamento em comparação com os resultados de 2020, recuperando parte dos R$ 300 milhões em perdas ocasionadas pela crise sanitária. No ano passado, devido à readequação de pedidos já contratados, adiamento de projetos, atrasos e renegociações de pagamentos, dificuldades na logística de entregas por conta de bloqueios de transporte e lockdowns, houve uma retração de 8% no faturamento das empresas associadas em comparação com os dados de 2019. A variação cambial, que impactou nos custos de frete e aquisição de matéria prima, também afetou o setor. Por causa da queda da atividade, a associação estima que cerca de 4 mil postos de trabalho foram perdidos ao longo de 2020 devido à pandemia.
Mas, neste ano, apesar da continuidade da pandemia, o setor começou a recuperar parte das perdas registradas no ano passado. Segundo Marco Poli, Diretor Executivo da Abilux, se por um lado a pandemia reduziu o volume de negócios, por outro, mostrou novas possibilidades de atuação das empresas do setor de iluminação. Mudanças no comportamento dos consumidores que, mesmo em meio ao cenário adverso, têm buscado novas experiências ofertadas pela iluminação, como a adoção de projetos que destacam os ambientes, que façam uso de temperaturas de cor e cromaticidade, bem como a busca por soluções mais eficientes têm contribuído para o aquecimento dos negócios da indústria de iluminação.
“Observamos desde o início da pandemia uma intensificação que já estava ocorrendo, na preferência de produtos de maior eficiência energética, ou seja, com tecnologia LED. O que também observamos foi a presença de produtos com baixa especificação e inclusive não conformes com as características técnicas. Adicionalmente, para os setores que sofreram maior impacto de home office, ocorreu uma subutilização das instalações prediais, sendo que, em ocasiões em que foram mantidas parcialmente provocaram ineficiência. Ainda, devido ao uso das residências como escritório e da maior permanência das pessoas nas casas, foi observado aumento na aquisição de produtos de iluminação”, explica Marco Poli.
O diretor da Abilux destaca que o setor vem se reinventando neste período de pandemia, com ações que contemplam desde novas formas de negociação e financiamento, passando pelo desenvolvimento de novos produtos e regras mais dinâmicas para vendas e execução de projetos, com acordos que preveem a volatilidade do mercado e eventuais medidas sanitárias mais restritivas.
Abilux projeta um aumento de aproximadamente R$ 200 milhões no volume de negócios e 2021, com a busca por produtos energeticamente eficientes se destacando nas vendas
Marco Poli revela que a busca por eficiência energética está impulsionando a retomada dos negócios da indústria de iluminação. A projeção de crescimento considera o aumento das atividades envolvendo a substituição das lâmpadas convencionais por LED; a utilização de luminárias LED, de uso interno, na substituição de luminárias convencionais; o uso do LED, de uso interno, em novas obras que serão concluídas ao longo do ano; além da aquisição, seja por meio do poder público municipal ou por Programas de Eficiência Energética das concessionárias de energia elétrica, de um maior número de luminárias LED para iluminação pública.
O executivo também lembra que o setor de iluminação pode ser beneficiado com a possibilidade de aumento das tarifas de energia elétrica por conta da crise hídrica. Em busca de redução de custos, setores residencial e comercial podem ampliar a compra de produtos de iluminação mais eficientes.
“A estiagem provocará a utilização das geradoras de energia térmica e, assim, as tarifas refletirão o aumento de custo. Este fato ensejará maior atenção ao uso racional da energia elétrica bem como uso de produtos mais eficientes”, afirma Poli.
Autor: Tiago Reis
Fonte: Procel Info
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