Saber contornar as situações, ter jogo de cintura e se virar sob pressão são requisitos imprescindíveis para encarar qualquer desafio, seja no âmbito profissional ou pessoal. Mas em situações muito específicas, até o melhor orador pode se confundir na retórica e perder a chance de conquistar a vaga dos sonhos em uma empresa no exterior, por exemplo. Por isso, é importante não subestimar e nem superestimar suas capacidades de improvisação. O melhor é estudar sobre a empresa e se preparar para a entrevista, especialmente quando a vaga exige fluência em outro idioma ou conhecimentos muito técnicos. Afinal, ninguém quer ser surpreendido pelo recrutador.
A managing director da The Bridge – plataforma que conecta profissionais de tecnologia a oportunidades em todo o mundo – Irina Bezzan, separou dicas que podem te ajudar a conseguir um up na carreira conquistando uma oportunidade internacional.
Fit Cultural
A pandemia acelerou a busca por profissionais de tecnologia e alavancou processos de recrutamento de talentos digitais também em outros países. Afinal, o anywhere office se popularizou no último ano e deve continuar se destacando como tendência nos próximos anos. Esse movimento abre as portas para que qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, preste serviços remotos ou híbridos, às empresas no exterior.
Para vagas que exigem que o profissional esteja alocado em suas dependências, ou ao menos em seu País, é preciso dar uma atenção especial à cultura organizacional, ressalta Irina.
“O fit cultural com a empresa e com o País é muito valorizado pelas empresas. Em virtude da pandemia, as pessoas estão alocadas em diversos lugares e estão trabalhando em outros países, para vários clientes, o que ótimo para o currículo, mas implica na adequação à cultura local. Nos processos seletivos para o exterior, o candidato deve ter uma visão macroeconômica da empresa e do País. Isso o ajuda a ganhar pontos durante a seletiva”.
Tenha autoconfiança
É aquela velha história: se você não confiar no seu potencial, quem vai? O Brasil ultrapassou a marca de 14 milhões de desempregados. Isso significa que independente da sua qualificação ou aspiração profissional, a concorrência será muito maior. Para se destacar na multidão, é preciso ressaltar suas qualidades e diferenciais.
E quando a oportunidade é no exterior, é necessário ter o inglês, o espanhol, ou outro idioma, na ponta da língua, para estabelecer a comunicação com o empregador. Portanto, se você se candidatou a uma vaga como essa, deixe de lado a vergonha e o medo de errar e fale com o recrutador no idioma que fizer sentido para ele.
“Quando o processo seletivo é para uma posição internacional, o candidato deve contar sua história profissional no idioma que a vaga exige. A habilidade de estruturar um bom storytelling, de até 10 minutos, em outra língua, é muito importante, principalmente porque muitas empresas internacionais investem em testes online para avaliar capacidade analítica e crítica de textos, testes de lógicas e outras habilidades, tudo isso em outro idioma. Por isso, é importante ter domínio total do idioma, especialmente do inglês e do espanhol”.
Remuneração
Salário e benefícios são importantes e ninguém pode negar. No entanto, é preciso ter cautela para não concentrar toda a conversa nestes dois tópicos. Também é necessário fazer uma pesquisa prévia para ter em mente quanto a empresa costuma pagar para determinada posição.
“Em um processo seletivo no exterior, a remuneração ganha, muitas vezes, um escopo totalmente diferente. O profissional está habituado a receber seu salário em real e precisa fazer uma análise de conversão para ganhar em outra moeda, como dólar, euro ou peso chileno. Uma das grandes dificuldades em entrevistas para posições no exterior é justamente o entendimento do candidato sobre a faixa de remuneração e benefícios aplicáveis para aquele cargo em uma empresa internacional. Vale a pena fazer uma pesquisa e adotar uma postura cautelosa ao abordar esse assunto, pois existem outros aspectos importantes que devem ser levados em consideração pelo candidato”, comenta Irina.
Saiba Dialogar
Entrevistas para vagas no exterior tendem a ser mais objetivas, mas nada de responder “sim” ou “não” o recrutador quer te conhecer e você, quer conhecer a empresa. Dedique uns minutos que antecedem a entrevista para estruturar um discurso. Irina Bezzan, que atua como Headhunter há mais de 20 anos, explica que há uma técnica para estruturar os principais pontos da sua apresentação, sem deixar nada de fora.
“A técnica STAR sempre ajuda os candidatos a contarem suas histórias e isso está intrinsecamente relacionado a processos seletivos. A técnica consiste em priorizar quatro pilares: uma Situação que você vivenciou e foi importante para sua carreira, suas Tarefas, responsabilidades e atribuições no cargo, as Atitudes e soluções propostas por você e, por fim, os Resultados que aquela situação lhe proporcionou. Seguindo esses tópicos, você conseguirá pontuar os principais assuntos”.
Pontualidade
Mais do que uma dica de etiqueta, a pontualidade é uma questão de responsabilidade, e atrasos em entrevistas não são bem vistos.
“Cinco ou dez minutos de atraso, em uma entrevista online, tem um peso muito maior. As agendas dos recrutadores são apertadas e 10 minutos a menos fazem toda a diferença, é um tempo a menos para você causar uma boa impressão e evoluir para as próximas etapas”, pontua Irina, que também ressalta a importância de checar, de antemão, o funcionamento dos equipamentos técnicos.
“Falhas no áudio, na câmera ou na conexão atrapalham muito a entrevista, então, para evitar esses problemas, reserve uns minutos para checar se tudo está funcionando perfeitamente bem”, frisa
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