O presidente da Anatel, Juarez Quadros, durante a abertura do evento, defendeu que os recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL) não sejam contingenciados. Esse fundo tem o objetivo de estimular o processo de inovação tecnológica, incentivar a capacitação de recursos humanos, fomentar a geração de empregos e promover o acesso de pequenas e médias empresas a investimentos, de modo a ampliar a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações. O fundo tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).Juarez Quadros afirmou também que a Anatel tem corrido com a regulação para acompanhar a inovação tecnológica e espera mais investimentos no setor de telecomunicações.
O conselheiro da Anatel Leonardo Euler de Moraes explicou que se de um lado as empresas tem margens decrescentes ou estáveis de lucros e de outro existe uma pressão por mais investimentos. O resultado é um menor retorno sobre investimento, o que tem se traduzido em uma consolidação do mercado de telecomunicações, para buscar maior valor agregado para o negócio, sendo uma consolidação horizontal. Ele explicou sobre consolidação vertical e falou sobre um outro movimento do mercado, de buscar novas fronteiras de negócio, como o uso da tecnologia de 5ª Geração e a Internet das Coisas (IoT).
O superintendente executivo da Agência, Carlos Baigorri, disse que ao longo da história, as civilizações que não aceitaram a inovação tecnológica foram ao declínio. Segundo ele, o papel do estado não é eliminar a inovação para proteger os agentes de mercado já estabelecidos.
Dando continuidade ao workshop, Abraão Balbino e Silva, superintendente de Competição da Anatel, no painel “Os Desafios para a Sustentabilidade do Setor de Telecomunicações”, destacou que as empresas precisam analisar como a sustentabilidade do ecossistema de telecomunicações se encontra hoje e identificar o que está acontecendo para tentar se reposicionar no mercado.
O superintendente comentou sobre a perda de valor agregado das operadoras no período de 2005 a 2015, após a inovação e a mudança de modelo de negócio da banda larga móvel. Segundo ele, de 2005 a 2009, 49% do que a indústria gerava estava concentrado em telecomunicação, mas de 2010 a 2014, a produção caiu para 37%.
Lembrou também que as operadoras de telecom passam por crise de identidade regulatória, um dos assuntos mais abordados no painel, e que a transformação digital exige novos modelos de negócios e modelos de gestão, como: repensar a relação de proximidade com o cliente e novas táticas que precisam ser colocada em prática pelas empresas. Para ele, a questão regulação precisa ser repensada e há a necessidade de refletir e visualizar os espaços para inovação.
O terceiro painel do workshop teve como tema “O Papel das Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) na Dinamização e Aumento da Competição do Setor de Telecomunicações Brasileiro”. Para falar sobre o assunto, a Anatel recebeu José Roberto Pereira, fundador da Brisanet. O empresário discorreu sobre as dificuldades que os pequenos provedores enfrentam ao tentar implementar tecnologias, destacando a falta de infraestrutura e o desinteresse de grandes provedores de levar tais serviços à cidades rurais.
Em seguida, Ricardo Rivera, chefe do Departamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ressaltou que a inclusão digital é tema estratégico no BNDES e que os provedores são atores centrais. Foi mencionado também que a parceria BNDES/Anatel deve ser fortalecida, principalmente no que se refere a projetos de IoT (Internet of Things), “a proposta é que haja repasse de recursos do FUST (Fundo de Universalização das Telecomunicações) ao BNDES”, disse.
Por fim, Abraão Balbino encerrou o workshop, destacando o papel da Anatel no desenvolvimento das PPPs salientando que é fundamental que o órgão fomente a competição a partir de parcerias com os pequenos provedores.
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